Trump admite possível recuo e sugere reduzir tarifa sobre produtos chineses para 80%

Antes de negociações com a China, presidente dos EUA propõe redução de tarifas; medida pode sinalizar tentativa de reaproximação entre as potências

Por Plox

09/05/2025 13h07 - Atualizado há 1 dia

Em uma possível mudança de postura, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta sexta-feira (9) que a tarifa sobre produtos chineses possa ser reduzida para 80%. A proposta ocorre na véspera das negociações comerciais entre americanos e chineses, marcadas para acontecer na Suíça.


Imagem Foto: Reprodução


Desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro, Trump impôs tarifas pesadas de até 145% sobre bens oriundos da China, intensificando uma guerra comercial já delicada. Em resposta, o governo de Pequim retaliou com tarifas de até 125% sobre produtos americanos, agravando a tensão e praticamente estagnando o comércio entre os dois países.



Através de sua rede Truth Social, Trump afirmou: \"80% de tarifas para a China parece certo! A decisão é do Scott B.\", referindo-se ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, que liderará a comitiva americana nas negociações. Bessent e o representante comercial Jamieson Greer devem se reunir com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, no fim de semana, em Genebra.


Em outra publicação, minutos antes, Trump reforçou: \"A China deveria abrir seu mercado para os Estados Unidos. Seria ótimo para eles! Mercados fechados não funcionam mais!\"



As reuniões planejadas na cidade suíça foram consideradas um passo \"positivo e construtivo\" pela diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, que comentou sobre a tentativa de aliviar as tensões crescentes entre as duas potências.


Desde o início do ano, o governo americano intensificou sua política protecionista com novas tarifas: 25% adicionais sobre setores como aço, alumínio e automóveis, além de um imposto universal de 10% sobre a maioria dos produtos importados, independentemente da origem. Apesar disso, Trump suspendeu provisoriamente medidas contra outros países, mantendo o foco sobre a China até o começo de julho, em tentativa de buscar um acordo.



Segundo Trump, os chineses estariam mais pressionados a concluir um acordo comercial, dada a sua dependência do mercado americano. Howard Lutnick, secretário de Comércio, declarou à CNBC que ambos os lados parecem dispostos a dialogar e alcançar um terreno comum.


A movimentação ocorre dias após EUA e Reino Unido firmarem um acordo considerado \"histórico\". O documento, com apenas cinco páginas e sem força jurídica obrigatória, busca proteger o Reino Unido de tarifas americanas sobre veículos e abre o mercado britânico para produtos agrícolas dos EUA. Apesar disso, as sobretaxas seguem em vigor por ora, segundo autoridades britânicas.


O governo Trump enfatizou que o pacto beneficia ambas as nações, mas destacou que os Estados Unidos sairão mais favorecidos.


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