Expansão do turismo e mobilidade: MG projeta leiloar 1.400 km de estradas até 2026

Até o encerramento do segundo mandato do governador Romeu Zema (Novo), em 2026, o governo de Minas Gerais tem a ambição de transferir para a gestão privada aproximadamente 1.400 quilômetros de rodovias. Pedro Bruno, secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, assegura que qualquer estrada estadual com viabilidade econômica poderá ser leiloada.

No mês passado, o primeiro leilão de 2023 ocorreu na B3, concedendo o corredor Varginha-Furnas, compreendendo 432,8 quilômetros, atravessando 21 municípios na parte sul de Minas Gerais. Esta região é marcada pela presença de um dos maiores pontos turísticos do estado, o Lago de Furnas, também conhecido como "Mar de Minas". O local também é o principal produtor de café do estado. O contrato de concessão contempla a implementação de seis praças de pedágio, cada uma com um valor de R$ 13,17.

O Consórcio Infraestrutura-MG foi declarado vencedor e foi contratado para operar a concessão por 30 anos. O contrato implica em uma série de benefícios para a população local, como o aumento da segurança nas estradas, serviço de socorro mecânico, assistência médica, ação contra incêndios e a captura de animais.

O ritmo das concessões de rodovias tem acelerado sob o governo Zema. Desde 2007, quando ocorreu a primeira concessão, foram realizados sete leilões, sendo que quatro deles ocorreram durante o primeiro mandato de Zema, e agora, o de maio, durante o primeiro ano de seu segundo mandato.

A subsecretária de estado de Concessão e Parcerias, Fernanda Alen, informa que o próximo edital de concessão, referente ao corredor Ouro-Preto-Mariana, deve ser finalizado até o fim deste ano. Este corredor, com um total de 190 quilômetros, abrange três estradas e oito municípios.

Começando na BR-040, em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte, o trajeto atravessa Ouro Preto, Mariana e estende-se até a Zona da Mata, finalizando no município de Rio Casca, interligando-se à BR-262. Este percurso, além de possuir potencial turístico, é uma alternativa para quem viaja de Belo Horizonte para as praias do Espírito Santo, destino popular dos mineiros, especialmente durante as férias.

Desde 2007, um total de 2.400 quilômetros de estradas estaduais em Minas Gerais foram concedidos ao setor privado. Sob a administração de Zema, 1.600 quilômetros dessas estradas foram concedidos, com previsão de investimentos da ordem de R$ 14 bilhões. No entanto, nem toda a malha rodoviária, que totaliza 22 mil quilômetros, é passível de ser transferida para o setor privado, devido à falta de atratividade econômica de algumas áreas. "O investimento deve ser público nas estradas que não puderem ser repassadas", diz Pedro Bruno.

Atualmente, existem estudos em andamento para a concessão de mais 1.400 quilômetros de rodovias estaduais, segundo o secretário de Infraestrutura. O objetivo é realizar novos leilões até o final do governo Zema. As estradas sob análise encontram-se principalmente no Triângulo Mineiro, região onde o agronegócio é predominante, e no norte do estado, região que faz parte da conexão entre Minas Gerais e o Nordeste do país.

Em suma, a estratégia de concessões de estradas tem o potencial de aumentar o turismo, promover a mobilidade e alavancar o desenvolvimento econômico nas regiões contempladas. Enquanto a iniciativa privada traz investimentos e melhorias na infraestrutura, o público se beneficia com estradas mais seguras e melhores serviços. Entretanto, é importante salientar que o processo de concessão deve ser feito de forma transparente e justa, garantindo que o interesse público seja sempre priorizado.