Acusada de injúria racial, professora é presa no Rio de Janeiro
Mulher teria chamado aluna de 8 anos de "preta do cabelo duro" na escola municipal Estados Unidos, no Catumbi
Por Plox
09/06/2024 13h31 - Atualizado há 8 meses
Uma professora da rede municipal do Rio de Janeiro foi presa em flagrante na sexta-feira (7) por suspeita de injúria racial contra uma aluna de 8 anos na escola municipal Estados Unidos, localizada no Catumbi, no centro da cidade.

De acordo com a mãe da criança, a situação começou na quarta-feira (5), quando a professora chamou a aluna de "lixo", afirmou que ela "fuma crack" e arremessou bolas de papel na direção da menina. No entanto, na sexta-feira, a situação se agravou quando a docente chamou a criança de "preta do cabelo duro". A mãe registrou os incidentes na ata da escola e chamou a Polícia Militar, que prendeu a professora em flagrante.
Durante a ocorrência, a professora passou mal e foi levada pelo Corpo de Bombeiros a um hospital municipal. Após ser atendida, ela foi conduzida à 19ª DP (Tijuca) e autuada pelo crime de injúria racial. Ela aguarda agora uma audiência de custódia. Até o momento, a defesa da professora não se pronunciou.
A Secretaria Municipal de Educação afastou a servidora de suas funções e abriu uma sindicância para investigar o caso. Em nota, a secretaria declarou: "Qualquer forma de discriminação contra alunos é inadmissível, rigorosamente combatida e punida." A professora pode ser exonerada ao término da apuração.
A mãe da aluna revelou que já havia feito queixas sobre a conduta da professora à direção da escola, juntamente com um grupo de pais e alunos. Durante uma reunião, os pais questionaram a professora sobre seu hábito de bater com um pedaço de madeira na mesa, o que assustava os alunos. A resposta da professora, conforme relato da mãe, foi que essa era sua forma de agir.
Em protesto, pais e responsáveis se reuniram na porta da escola exigindo justiça. A prefeitura informou que os alunos e seus responsáveis receberam apoio da equipe gestora. A Secretaria Municipal de Educação destacou que foi uma das pioneiras no Brasil ao criar a Gerência de Relações Étnico-Raciais (GERER), dedicada a implementar políticas e práticas educativas contra o racismo e valorizando a cultura afro-brasileira e indígena.
A mãe da aluna disse que, apesar da revolta inicial pelas ofensas, agora sente alívio ao saber que a filha não estudará mais com essa professora.