Adolescente denuncia assédio em shopping de Santos
Caso de tentativa de estupro de vulnerável envolvendo conselheiro LGBT+ gera indignação e investigação policial
Por Plox
09/06/2024 13h50 - Atualizado há cerca de 1 ano
Um conselheiro da causa LGBT+ foi detido por seguranças em um shopping de Santos (SP) após um adolescente de 13 anos denunciar que foi assediado no banheiro do local. O caso, registrado como tentativa de estupro de vulnerável, ocorreu na última quinta-feira (6). A mãe do garoto, Talita Santos, relatou que o filho foi abordado pelo homem de 24 anos, que perguntou se poderia fazer sexo oral nele.

O Conselho Municipal de Políticas LGBT+ (ConLGBT) informou que o conselheiro se desligou do movimento e pediu para que o "suposto comportamento criminoso" não seja relacionado "com a orientação sexual do seu eventual autor e, muito menos, com toda comunidade LGBTQIA+".
Detalhes do ocorrido
A mãe do adolescente, Talita Santos, de 31 anos, busca justiça para o filho. Ela contou que o incidente aconteceu no banheiro de um shopping no bairro Gonzaga. Segundo Talita, o filho estava na cabine quando o homem, que estava na cabine ao lado, fez a pergunta de cunho sexual após uma interação inicial.
"Ele já falou que não vai entrar mais no banheiro sozinho. Eu não sei como vai ficar o psicológico dele", desabafou Talita, que registrou um boletim de ocorrência após o ocorrido.
Reação e desdobramentos
Após deixar o banheiro correndo, o garoto contou à mãe sobre o assédio. Indignada, Talita pediu ajuda aos funcionários do shopping, que aguardaram a saída do homem do banheiro. Ao ser abordado, ele negou as acusações e perguntou a idade do menino. Policiais foram chamados, e os envolvidos foram encaminhados para o 7º Distrito Policial de Santos, onde o adolescente foi ouvido.
A mãe gravou o rosto do homem e conversou com funcionários de lojas, que relataram que ele já era conhecido por assediar pessoas no banheiro do shopping.
Posicionamento das autoridades
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como tentativa de estupro de vulnerável. "Detalhes serão preservados por envolver menor de idade e por se tratar de crime sexual", informou a SSP-SP.
Declarações do acusado e do ConLGBT
O homem acusado afirmou ao g1 que compreende a angústia da mãe, mas negou ter a intenção de causar constrangimento. "Eu fiz uma piada idiota, dentro da minha cabine e sem ver o rapaz [como foi confirmado pela própria mãe]. Não faz nem sentido eu oferecer ou pedir o que quer que seja para alguém que eu nem vi", afirmou.
O ConLGBT repudiou qualquer forma de comportamento ilícito ou desrespeitoso e destacou a importância de uma investigação imparcial. "Por fim, é necessário apontar que é descabido relacionar o suposto comportamento criminoso com a orientação sexual do seu eventual autor e, muito menos, com toda comunidade LGBTQIA+,” afirmou o conselho em nota divulgada no Instagram.