Greve de caminhoneiros ameaça abastecimento nos postos da Petrobras em Minas

Minaspetro alerta para estoques críticos em revendas da Vibra, antiga BR Distribuidora, devido à paralisação dos transportadores

Por Plox

09/06/2025 17h51 - Atualizado há cerca de 13 horas

A paralisação iniciada na madrugada desta segunda-feira (9) pelos caminhoneiros responsáveis pelo transporte de combustíveis já impacta diretamente a rotina de abastecimento em Minas Gerais. Segundo informações do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), os postos ligados à distribuidora Vibra — antiga BR Distribuidora — estão operando com níveis críticos de estoque.


Imagem Foto: Reprodução


Durante uma visita a um posto na avenida Teresa Cristina, em Belo Horizonte, a reportagem encontrou apenas uma bomba de gasolina funcionando. De acordo com um frentista, o combustível restante não duraria muito. A situação preocupa o sindicato, que estima que os postos da bandeira Petrobras representem aproximadamente 16% do total de estabelecimentos no estado. Se a paralisação se estender, há risco concreto de desabastecimento.



O motivo do colapso nos estoques está ligado à atuação dos caminhoneiros grevistas, que têm bloqueado o acesso dos motoristas que operam no regime FOB — ou seja, quando os próprios donos dos postos são os responsáveis pela logística do transporte — às distribuidoras. Imagens divulgadas pelo Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) mostram uma longa fila de caminhões parados nas imediações da base da Vibra Energia, localizada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.



A pauta da greve inclui o cumprimento das Leis 13.703/2018 e 10.209/2001. Segundo o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes, empresas como a Vibra não têm respeitado o piso mínimo de frete nem o pagamento antecipado do vale-pedágio obrigatório. “O frete tem sido pago, muitas vezes, 10%, 15% abaixo do mínimo. E o pedágio tem que ser pago antes de a viagem ser efetuada. Além de elas pagarem depois, só pagam 50%”, denunciou Gomes.



Procurada pela reportagem, a Vibra Energia informou que está adotando medidas para mitigar os riscos de desabastecimento e manter o atendimento aos seus clientes. A empresa declarou que todos os contratos com as transportadoras estão ativos e devem ser respeitados. Acrescentou ainda que mantém a disposição para diálogo individual com seus contratados, mas repudiou qualquer tentativa de combinação coletiva de preços, por considerar que isso configura uma possível infração à legislação de defesa da concorrência.


\"Alguns revendedores da marca Vibra – antiga BR Distribuidora – estão trabalhando com o estoque a níveis extremamente baixos\"

, alerta o Minaspetro em comunicado oficial.

A greve segue sem prazo definido para encerrar, enquanto o setor já observa os primeiros sinais de um cenário crítico em Minas Gerais.


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