Mauro Cid minimiza áudio vazado sobre a Polícia Federal

Em novo depoimento ao STF, militar afirma que gravação foi feita em momento de crise emocional e nega coação por parte da PF

Por Plox

09/06/2025 18h26 - Atualizado há cerca de 11 horas

Durante um novo depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid buscou relativizar o impacto de um áudio recentemente vazado, no qual ele teria insinuado sofrer pressão da Polícia Federal (PF) para seguir uma determinada versão sobre os acontecimentos que envolveram uma possível tentativa de ruptura institucional no país.


Imagem Foto: STF


Cid, que atualmente figura como delator no processo investigativo sobre uma suposta tentativa de golpe, foi o primeiro réu interrogado pelo STF no âmbito da ação. O conteúdo do áudio em questão foi revelado pela revista Veja, embora o próprio militar tenha afirmado desconhecer de que forma a gravação chegou à publicação.


Segundo ele, o conteúdo divulgado não passou de um momento de fragilidade emocional, vivido por ele e por sua família.
\"Foi um vazamento sem consentimento, um desabafo em um momento difícil que eu e minha família estávamos passando. Uma crise psicológica nos leva a certos desabafos. Nada de maneira acusatória (…) saí atirando para tudo o que é lado\"

, declarou durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.


Ao ser confrontado sobre possíveis pressões ou ameaças por parte da Polícia Federal, Cid foi direto ao negar qualquer coação. Ele afirmou que, enquanto os investigadores tinham uma linha de apuração, sua percepção dos fatos era diferente. Essa divergência de versões, segundo ele, foi tratada de maneira firme, mas sem extrapolar os limites legais.


Relembrando um momento anterior, ocorrido em março de 2024, após ter sido ouvido pela PF, Cid confidenciou a um amigo que os agentes tentaram influenciá-lo a relatar eventos que ele desconhecia.
\"Os policiais queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu. Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo\"

, disse ele à época, segundo informações da revista Oeste.


Mesmo com as gravações reveladas pela imprensa, o militar reafirmou sua confiança no processo de delação firmado com a Justiça, buscando afastar qualquer desconfiança sobre sua conduta ou possíveis tentativas de manipulação da narrativa investigativa.


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