Navio com ativistas rumo a Gaza é interceptado por Israel
Brasileiro relata ataques e bloqueio em embarcação que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza
Por Plox
09/06/2025 07h56 - Atualizado há 3 dias
Durante uma missão humanitária com destino à Faixa de Gaza, um veleiro identificado como 'Madleen', pertencente à Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC), foi alvo de uma ação militar israelense em águas internacionais. A bordo estavam 12 ativistas de diferentes nacionalidades, entre eles o brasileiro Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg.

Na noite de domingo (8), Thiago Ávila fez uma série de postagens nas redes sociais denunciando o que chamou de “interceptação” promovida por Israel. Segundo ele, o veleiro estava sendo cercado por embarcações e drones, e sofria ataques diretos. Imagens gravadas pelo ativista mostram o interior do barco em movimento brusco e a equipe demonstrando preocupação com a situação.
“Estamos cercados pelos barcos deles. Sim! Isso é uma interceptação, um crime de guerra está acontecendo agora. Por favor, soem o alarme”, declarou Ávila em um dos vídeos.
A organização FFC também se manifestou por meio de uma nota nas redes sociais, relatando que o 'Madleen' estava sendo atacado e envolto por uma substância branca similar a tinta. O comunicado destaca ainda a interferência nas comunicações e o uso de sons perturbadores pelo rádio, dificultando a navegação e a segurança a bordo.
O episódio ganhou contornos políticos após o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarar que havia ordenado ao Exército a obstrução da chegada do barco ao território palestino. Em seu comunicado, ele acusou os ativistas de serem “porta-vozes da propaganda do Hamas” e afirmou de forma direta: “A Greta, a antissemita, e aos seus companheiros (...) digo claramente: voltem, porque não chegarão a Gaza”.
A embarcação partiu da Itália no dia 1º de junho com o objetivo de entregar ajuda humanitária aos habitantes da Faixa de Gaza, atualmente submetidos a um rígido bloqueio. O incidente reacende o debate sobre as restrições impostas por Israel à entrada de ajuda internacional no território palestino e reforça as tensões em torno do conflito.
“Isso é uma interceptação, um crime de guerra está acontecendo agora”, denunciou o ativista brasileiro Thiago Ávila.