Primeiro encontro entre Mauro Cid e Bolsonaro após delação ocorre no STF

No início da tarde desta segunda-feira (9), o Supremo Tribunal Federal foi palco de um reencontro aguardado nos bastidores políticos: o ex-presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid se viram pessoalmente pela primeira vez desde que o militar firmou acordo de delação premiada no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado.

Foto: STF

Ambos são réus na ação penal que tramita na Primeira Turma do STF, e Cid foi o primeiro a prestar depoimento no processo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes. A sessão teve início às 14h e ainda estava em andamento até o final da tarde.

O reencontro aconteceu de forma breve, mas simbólica. Bolsonaro foi um dos primeiros a chegar ao plenário. Ao retornar do banheiro, passou próximo ao local reservado aos réus, onde Cid já estava sentado. Nesse momento, os dois se cumprimentaram formalmente: o militar se levantou, estendeu a mão e o ex-presidente correspondeu ao gesto.

Além do aperto de mão com Bolsonaro, Mauro Cid prestou continência aos generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, que também são réus no processo. A saudação foi feita momentos antes do início de seu depoimento.

Esse reencontro ocorre em meio ao clima tenso que cerca os depoimentos dos integrantes do chamado “núcleo 1” da investigação. Esse grupo é considerado central na suposta trama golpista e inclui, além de Bolsonaro e Cid, outras figuras de destaque do governo anterior.

Confira abaixo a ordem completa dos interrogatórios, que seguem até o final da semana:

– Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator;

– Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;

– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF;

– Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

– Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

– Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

– Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro.

O depoimento de Braga Netto será realizado por videoconferência, uma vez que o general da reserva está preso desde dezembro por obstrução da investigação e tentativa de obter informações sigilosas da delação de Mauro Cid.

As oitivas estão sendo realizadas presencialmente, na sala de sessões da Primeira Turma do STF, e estão sendo transmitidas ao vivo pela TV Justiça. A sessão desta segunda foi iniciada à tarde, enquanto nos demais dias haverá interrogatórios tanto pela manhã quanto à tarde.