Abatedouro clandestino é descoberto em MG com animais mortos de forma cruel

Fiscalização ambiental encontra carcaças penduradas, vísceras espalhadas e gado abatido sem métodos adequados em Ervália

Por Plox

09/07/2025 15h39 - Atualizado há 6 dias

Uma operação da Polícia Militar do Meio Ambiente em parceria com fiscais do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) revelou a existência de um abatedouro clandestino em Ervália, município localizado na Zona da Mata mineira. A ação ocorreu na última sexta-feira (4/7), mas os detalhes foram divulgados apenas nesta segunda-feira (7/7).


Imagem Foto: PMMG


A investigação teve início após denúncias que indicavam a prática de abate irregular de animais, com indícios de maus-tratos e o descarte ilegal de resíduos em um curso d’água da região. Durante a vistoria, os agentes encontraram fortes evidências de crimes ambientais, o que resultou na aplicação de uma multa no valor de R$ 503 mil, além da lavratura de um auto de infração.


Ao chegar à propriedade, um dos indivíduos que estava no local fugiu ao perceber a aproximação das autoridades. Outro homem, identificado posteriormente como sócio do empreendimento, foi localizado, ouvido no local e liberado após prestar esclarecimentos.



Durante a inspeção, os militares se depararam com uma série de irregularidades. Carcaças e carnes estavam expostas de maneira inadequada, penduradas e espalhadas pelo ambiente, o que levou à entrada imediata da equipe pela lateral do imóvel — uma área normalmente usada para o transporte de animais.


Quatro cabeças de gado foram encontradas penduradas com sinais de trauma craniano, sem indícios do uso de pistola atordoante pneumática, desrespeitando normas de abate humanitário. Os agentes também observaram baldes cheios de sangue recente, vísceras espalhadas pelo chão e carne sendo armazenada fora da câmara fria, pendurada em ganchos ou sobre bancadas.



No local, também foram encontrados outros sinais de práticas irregulares e cruéis: uma marreta de grande porte foi localizada ao final do túnel do curral, possivelmente usada nos abates; uma câmara fria guardava carnes impróprias para consumo; um gato circulava entre as vísceras; e uma caminhonete com motor quente e vestígios de sangue indicava transporte recente de carne. Além disso, embora existissem caixas de dejetos no imóvel, o sistema aparentava não funcionar corretamente.


O caso foi encaminhado à Polícia Civil e ao Ministério Público para as providências legais cabíveis.



A operação reforça a importância da vigilância contínua contra práticas ilegais e desumanas no setor agropecuário.


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