Após 16 anos, Justiça ordena prisão de PMs por mortes em operação no Rio
Policiais condenados por execução de seis pessoas no Morro da Coroa, em 2009, deverão cumprir 90 anos de prisão em regime fechado
Por Plox
09/07/2025 18h06 - Atualizado há 3 dias
Três policiais militares do Rio de Janeiro foram sentenciados a 90 anos de prisão em regime fechado pelas mortes de seis pessoas durante uma operação no Morro da Coroa, localizado no bairro do Catumbi, em 2009. A Justiça determinou que os mandados de prisão contra Leonardo José de Jesus Nunes, Jubson Alencar Cruz Souza e Vagner Barbosa Santana sejam cumpridos imediatamente.

A decisão foi tomada pela 8ª Câmara Criminal, por meio do desembargador Gilmar Teixeira, e inclui a perda dos cargos dos acusados. Segundo o Tribunal de Justiça, as vítimas foram executadas com tiros pelas costas e na cabeça, sem qualquer ligação com a facção criminosa que atua na região. Ainda conforme a decisão, os PMs tentaram encobrir o crime ao modificar a cena e alegaram que transportariam os corpos para um hospital.
O episódio foi inicialmente registrado pela Polícia Militar como resultado de “auto de resistência”, mas o Ministério Público apontou o uso de força excessiva e desnecessária, além da ausência de provas de que os agentes foram atacados.
A perícia revelou que os corpos foram empilhados na parte traseira da viatura dos policiais, indicando tentativa de ocultação dos fatos. À época do ocorrido, os três PMs atuavam no 1º BPM (Centro).
Apesar da condenação em 2023, os policiais ainda estavam em liberdade, já que a defesa entrou com recursos. A defesa de Leonardo Nunes apresentou embargos de declaração, alegando que seu direito de responder apenas às perguntas da defesa foi desrespeitado. Também foi argumentado que, em meio ao tiroteio, não seria possível determinar com precisão quem efetuou os disparos.
Jubson Alencar ficou sem representação após a decisão da 8ª Câmara, e nem ele nem Vagner Santana apresentaram novos recursos. Em nota, a Polícia Militar informou que não havia sido oficialmente notificada da decisão, mas que, após tomar ciência do caso, iniciou diligências para cumprir os mandados e encaminhar os policiais à Unidade Prisional da corporação em Niterói.