Com nome simbólico, Maria da Penha é morta pelo companheiro em MG: foi enforcada e teve o corpo escondido
Vítima teve as mãos amarradas e foi assassinada durante uma discussão; autor do crime se entregou à polícia no dia seguinte
Por Plox
09/07/2025 13h20 - Atualizado há 6 dias
Em uma tragédia marcada por ironia dolorosa, uma mulher de 60 anos, chamada Maria da Penha, foi assassinada pelo próprio companheiro em Minas Gerais. O crime aconteceu na noite da última terça-feira, no bairro Vila Iris, em Santa Luzia, região metropolitana da capital.

Segundo informações da Polícia Civil, o autor confesso do feminicídio é Isaque Trindade, de 40 anos, que se apresentou voluntariamente à delegacia da cidade na manhã seguinte ao crime. Ele relatou aos agentes que havia enforcado Maria da Penha, amarrado suas mãos e escondido o corpo debaixo da cama.
A vítima, conhecida na vizinhança como Penha, vivia há seis anos com Isaque, que trabalhava como borracheiro e era usuário de drogas, de acordo com parentes. Ainda segundo os familiares, ele já havia tentado matar a companheira em outra ocasião e, após fugir para São Paulo, teria se envolvido na morte de uma garota de programa chamada Tainá.
Apesar do histórico de violência, Maria da Penha reatou o relacionamento com Isaque quando ele retornou para Minas Gerais. Após a confissão, investigadores e peritos se dirigiram ao local do crime e confirmaram os detalhes informados. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte.
A história da vítima ganha ainda mais peso por causa do seu nome: Maria da Penha. A coincidência remete à Lei nº 11.340/2006, sancionada em 7 de agosto de 2006, que leva o nome de Maria da Penha Maia Fernandes, uma mulher que sobreviveu a duas tentativas de assassinato pelo então marido. Sua luta resultou na criação de uma das legislações mais importantes do país no combate à violência doméstica.
A chamada Lei Maria da Penha completou 18 anos em 2024 e trouxe mudanças significativas ao sistema jurídico brasileiro, incluindo penas mais severas, a criação de juizados específicos e a possibilidade de medidas protetivas para afastar o agressor da vítima.
\"Ela já tinha sido vítima de uma tentativa de enforcamento antes, e mesmo assim ele voltou a morar com ela\" — contou um familiar, abalado pela tragédia.
A morte de Maria da Penha em Minas Gerais reforça a urgência da aplicação efetiva da lei que, ironicamente, carrega seu nome, e evidencia a necessidade constante de proteger mulheres em situações de risco.