Golpe do próprio sequestro: homem exige R$ 180 mil da família e é flagrado no celular
Simulando estar em cativeiro, homem de Apucarana enganou o pai com fotos e ameaças; polícia desvendou o plano em menos de um dia
Por Plox
09/07/2025 14h00 - Atualizado há 2 dias
Um homem foi preso após fingir o próprio sequestro com o objetivo de extorquir R$ 180 mil do pai e da família, na cidade de Apucarana, no norte do Paraná. A farsa foi descoberta pela Polícia Civil, que localizou o falso cativeiro e encontrou o homem deitado na cama, usando o celular.

O caso aconteceu no dia 3 de julho, mas os detalhes vieram à tona apenas nesta quarta-feira (9), quando a polícia divulgou imagens da conversa entre o suposto sequestrador e os familiares. Nas mensagens, o autor das ameaças afirmava que cortaria os dedos do 'refém' caso o valor não fosse depositado.
A investigação, conduzida pelo delegado André Garcia, apurou que o pai iniciou as negociações no dia 30 de junho, acreditando que o filho estivesse realmente em perigo. Uma das mensagens continha uma foto do homem com capuz, amarrado a uma cadeira, para reforçar a simulação do sequestro.
No entanto, as suspeitas aumentaram quando a polícia rastreou a localização do celular usado para enviar as mensagens. O autor foi localizado na zona rural de Cambira, no Distrito Sete de Maio, onde estava hospedado em uma casa com o consentimento do proprietário — que também foi preso por envolvimento no plano. O homem usava cocaína, e a polícia investiga se o golpe foi motivado por dívidas com o tráfico de drogas.
Além da montagem do falso sequestro, os criminosos ainda ameaçaram inventar um tiroteio para manter a farsa. A Polícia Civil agiu rapidamente e em menos de 24 horas descobriu toda a encenação.
Tanto o homem quanto o dono da casa onde ele estava escondido responderão pelo crime de extorsão, cuja pena varia de quatro a dez anos de prisão, além de multa. A Justiça do Paraná realizou uma audiência de custódia, na qual o Ministério Público recomendou que ambos aguardem o processo em liberdade, já que não houve violência durante o crime e os antecedentes dos envolvidos não indicam reincidência.
Foi estipulada uma fiança de R$ 1.500 e o uso de tornozeleira eletrônica para o principal envolvido. A polícia ainda identificou outros dois suspeitos de participação no crime, mas eles não foram localizados até o momento.
Segundo os investigadores, o dono da casa permitiu a estadia do autor do golpe em troca de pagamento. A colaboração entre os envolvidos e o uso de estratégias para simular um sequestro real, com fotos e ameaças críveis, chamaram a atenção da polícia, que segue apurando os detalhes do caso.