Instabilidade no mercado do café atinge produtores e consumidores em cheio

Valor da saca subiu de forma acelerada até abril e desorganizou todo o setor; pequenos negócios e consumidores sentem os reflexos

Por Plox

09/07/2025 14h54 - Atualizado há 2 dias

A instabilidade no mercado do café tem gerado prejuízos significativos para pequenos produtores, empresas do setor e consumidores finais. Tudo começou em março do ano passado, quando os preços da saca do café arábica ultrapassaram os mil reais, marcando o início de uma escalada vertiginosa.


Imagem Foto: Divulgação


Ao longo dos meses seguintes, os valores não pararam de subir. Em junho, o café Tipo 6, bebida dura – o mais utilizado nas residências –, já era negociado acima de R$ 1.300. Em setembro, passou dos R$ 1.500, e em novembro, chegou à marca dos R$ 2 mil. O auge foi registrado no dia 28 de abril deste ano, quando a saca atingiu R$ 2.713. Muitos investidores acreditavam que o preço chegaria a R$ 3 mil, mas o mercado tomou outro rumo.



Quem agiu com cautela e vendeu antes do pico acabou lucrando bem. Já os que esperavam ganhos maiores, foram surpreendidos com a reversão do cenário. Desde maio, os valores começaram a cair de forma lenta, impulsionados por uma expectativa positiva em relação à próxima safra do arábica, ainda que inferior à anterior, e pela forte presença do conilon no mercado.



Hoje, o preço gira em torno de R$ 1.750, o que representa uma perda significativa para quem comprou com a saca a R$ 2.200, na esperança de um retorno aos R$ 2.700. Para pequenos investidores, que operam com capital de giro reduzido e margem de lucro apertada, o cenário é de desespero.


Apesar da previsão de que o estoque mundial de café só deve ser recomposto após duas safras, o mercado não sinaliza uma nova disparada nos preços. Enquanto isso, tanto quem investiu mal quanto o consumidor comum seguem arcando com os custos dessa crise no setor cafeeiro.


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