Nikolas Ferreira reage a denúncia e diz ser alvo por criticar livro de ex-prefeito
Deputado federal afirmou estar sendo perseguido politicamente após associar obra literária de Fuad Noman a conteúdo impróprio
Por Plox
09/07/2025 08h15 - Atualizado há 7 dias
Durante um pronunciamento feito no Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (8), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou duramente a denúncia do Ministério Público Eleitoral que o acusa, junto dos deputados estaduais Bruno Engler (PL) e Delegada Sheila (PL), de promover uma campanha de desinformação contra o ex-prefeito Fuad Noman (PSD).

Nikolas, em tom de indignação, alegou que está sendo alvo de perseguição política.
“Estão querendo me deixar inelegível porque denunciei um livro pornográfico do antigo prefeito de Belo Horizonte. Não posso falar e denunciar mais?”
, questionou o parlamentar na tribuna. Ele rebateu as acusações do MP e ironizou: “Estão querendo cassar os meus direitos políticos por que fiz rachadinha? Por que coloquei dinheiro na cueca? Porque quebrei estatais? Não”.
A denúncia do MP Eleitoral gira em torno do segundo turno das eleições municipais de 2024, quando Fuad disputava a prefeitura da capital mineira contra Bruno Engler. Segundo o órgão, os três parlamentares teriam articulado uma ação coordenada que visava descredibilizar o então candidato à reeleição. A estratégia, conforme descrita na denúncia, se baseou em dois pilares: a utilização de trechos descontextualizados de um livro escrito por Fuad e a acusação falsa de que ele teria exposto crianças a conteúdo impróprio durante um evento promovido pela prefeitura.
O livro em questão, intitulado “Cobiça”, é uma obra de ficção lançada por Fuad Noman em 2020. A narrativa conta a história de uma mulher que retorna ao interior de Minas Gerais, relembrando momentos de sua juventude. No entanto, o conteúdo foi alvo de ataques em vídeos divulgados nas redes sociais por Nikolas e Engler, que classificaram o livro como “pornográfico”.
De acordo com o MP, os parlamentares fizeram associações levianas entre a obra literária e a participação do então prefeito em um festival internacional de quadrinhos realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte. A ideia seria insinuar, de forma injusta, que Fuad apoiava condutas ilegais. O órgão aponta que essa estratégia teve como objetivo enfraquecer a imagem do adversário político e favorecer a candidatura de Engler, apoiada também pela militar Coronel Cláudia, no segundo turno da eleição.
A Justiça Eleitoral, ainda em 2024, chegou a atender um pedido da campanha de Fuad e determinou a retirada dos vídeos das redes sociais, reconhecendo a necessidade de direito de resposta.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com os deputados Delegada Sheila, Bruno Engler, Coronel Cláudia e Nikolas Ferreira, mas até o momento não houve retorno por parte dos citados.