Vale do Peruaçu pode se tornar o primeiro Patrimônio Natural de Minas reconhecido pela Unesco
Reconhecimento internacional colocaria Minas Gerais no centro do mapa mundial do patrimônio natural e impulsionaria o turismo regional
Por Plox
09/07/2025 09h15 - Atualizado há 7 dias
Neste fim de semana, o Norte de Minas pode alcançar um feito inédito: a conquista do título de Patrimônio Mundial Natural da Humanidade concedido pela Unesco ao Vale do Peruaçu. A decisão será tomada durante a 47ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, que acontece em Paris, na França, até o dia 16 de julho.

A avaliação da candidatura brasileira está prevista para ocorrer entre a tarde de sábado (12/7) e o domingo (13/7). Caso seja aprovada, será a primeira vez que Minas Gerais receberá esse tipo de reconhecimento da Unesco na categoria natural. O estado já possui quatro bens culturais listados: Ouro Preto, Congonhas, Diamantina e o Conjunto Moderno da Pampulha.
Esse marco poderá representar também a segunda conquista consecutiva de Minas junto à Unesco. Em 2024, o estado teve os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Assim, Minas se tornaria o único estado do Brasil a obter dois títulos internacionais em anos seguidos.
A candidatura do Peruaçu é fruto de uma articulação entre o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), e o Governo Federal, representado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Delegação Permanente do Brasil junto à Unesco.
Localizado entre os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é um verdadeiro tesouro natural e arqueológico. O local abriga uma paisagem composta por enormes cânions, mais de 500 cavernas catalogadas, arte rupestre com mais de 12 mil anos e a famosa estalactite Perna da Bailarina, com impressionantes 28 metros de altura.
Esse mosaico ambiental reúne biomas variados, como Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, e é lar de comunidades tradicionais e indígenas, incluindo o povo Xacriabá. A região é considerada uma das mais ricas do Brasil em biodiversidade e patrimônio histórico-natural.
O reconhecimento do Peruaçu pela Unesco poderá alavancar o turismo no Norte de Minas, com previsões otimistas de aumento de até 30% na visitação nos primeiros três anos após a titulação. Esse crescimento deve impulsionar a economia local, com geração de empregos, incentivo ao turismo comunitário e valorização dos modos de vida tradicionais.
Além de consolidar o Vale do Peruaçu como destino de turismo de natureza, o título também fortalece o potencial da região para o turismo arqueológico, indígena, ecológico e cultural.
“Minas é terra de memória, de pedra e de gente. Em menos de dois anos, os nossos queijeiros e queijeiras, com seus modos de fazer passados de geração em geração, e as comunidades do Norte de Minas, guardiãs do Vale do Peruaçu, colocaram o estado no centro do mapa mundial do patrimônio. O queijo e o cânion, o sabor e a paisagem, a cultura e a natureza — tudo fala de um mesmo povo”, afirma Leônidas de Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo.
$&&$ “O reconhecimento do Peruaçu pela Unesco será também um marco para o turismo sustentável de Minas. Significa atrair o mundo para conhecer nossos biomas, nossas tradições e nossa paisagem sagrada. O turismo, aqui, é parte da preservação” $, completa o secretário.
Agora, as atenções se voltam para Paris, onde será decidido se o Brasil ganhará mais um símbolo de seu patrimônio natural diante do mundo. A expectativa é alta entre autoridades e comunidades que veem no título não só o reconhecimento de uma beleza singular, mas também a possibilidade de transformar a vida das populações locais.