Medo de voar? Saiba chance de um avião cair

As estatísticas reforçam essa afirmação, mostrando que a quantidade de vítimas é menor entre os passageiros que se sentam na região das asas até a cauda

Por Plox

09/08/2024 15h32 - Atualizado há cerca de 1 mês

A percepção de que a morte é quase certa em acidentes aéreos é comum, mas as estatísticas mostram uma realidade diferente. Embora as imagens de desastres aéreos sejam frequentemente associadas a tragédias fatais, dados indicam que a chance de sobrevivência em um acidente aéreo pode ser de 90% ou mais.

 

O acidente que deixou 61 pessoas mortas no interior de São Paulo reascendeu o assuntos dos riscos de acidente com aeronaves.

Foto: Reprodução/Pixabay 

Mas os especialistas afirmam que não há motivos para pânico. Segundo eles, a chance de acidentes é muito pequena.
 

Estatísticas surpreendentes e a realidade dos acidentes

Apesar da impressão inicial de que uma colisão no ar ou uma queda de avião são fatais, estudos estatísticos revelam uma alta taxa de sobrevivência. De acordo com Carlos Camacho, diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, "o lugar mais seguro para escapar de um acidente é o fundo da aeronave". As estatísticas reforçam essa afirmação, mostrando que a quantidade de vítimas é menor entre os passageiros que se sentam na região das asas até a cauda.

Um estudo no Reino Unido aponta que a probabilidade de um acidente aéreo é de apenas um a cada 67 mil voos, e a chance de um acidente fatal é ainda menor, ocorrendo em um para cada 345 mil voos. Nos Estados Unidos, o Departamento Nacional de Segurança nos Transportes analisou acidentes entre 1983 e 2000, revelando que, das 53.487 pessoas envolvidas, 51.207 sobreviveram. Esse estudo sugere que seguir as normas de emergência e conhecer a localização das saídas pode aumentar significativamente as chances de sobrevivência.

Fatores que influenciam a segurança

A maior parte dos acidentes aéreos ocorre durante momentos críticos do voo, particularmente nos três primeiros minutos após a decolagem e nos oito minutos finais antes do pouso. Esse período de 11 minutos concentra 80% dos acidentes, segundo dados das empresas aéreas. Camacho explica que "o momento mais crítico de um voo é a decolagem", principalmente devido ao risco de superaquecimento do motor. Em casos de incêndio no motor, por exemplo, os passageiros teriam apenas 90 segundos para escapar antes que o fogo se espalhasse pela estrutura do avião.

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Outro risco significativo é a ingestão de pássaros pelas turbinas, especialmente durante a decolagem, como ocorreu no famoso incidente de janeiro de 2009 em Nova York. Esse tipo de acidente contribui para a percepção de que o início do voo é o momento mais perigoso.

Discrepâncias entre países ricos e pobres

O nível de desenvolvimento de um país também pode influenciar a segurança dos voos. De acordo com um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, as chances de sobrevivência são consideravelmente menores em companhias aéreas de países mais pobres. O estudo revela que passageiros em voos de companhias aéreas de países em desenvolvimento, como o Brasil, têm sete vezes mais chances de não sobreviver a um acidente em comparação com aqueles que voam em companhias de países ricos. No Brasil, estima-se que um acidente fatal sem sobreviventes ocorra a cada 2 milhões de voos, enquanto nos países ricos esse número sobe para um a cada 14 milhões de voos.

Conclusão

Embora a ideia de um acidente aéreo fatal ainda seja aterrorizante, a realidade é que as chances de sobrevivência são maiores do que a maioria das pessoas imagina. Entender os momentos mais críticos de um voo, seguir as normas de segurança e considerar a qualidade da companhia aérea podem fazer a diferença entre a vida e a morte em um cenário de emergência.

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