Orientação para grávidas e alerta no Vale do Aço: Febre oropouche avança com risco de complicações

Com 148 casos confirmados em Minas Gerais, maioria no Vale do Aço, especialista alerta gestantes para riscos e recomenda busca imediata por atendimento médico.

Por Plox

09/08/2024 14h08 - Atualizado há 2 meses

A febre oropouche, doença transmitida por um arbovírus, tem ganhado destaque em Minas Gerais, especialmente na região do Vale do Aço, onde a maioria dos casos confirmados se concentra. Até o dia 7 de agosto de 2024, o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG), da Fundação Ezequiel Dias (Funed), identificou 148 amostras positivas para a doença. Dentre os casos, 96 foram registrados em Joanésia, 30 em Coronel Fabriciano, 15 em Timóteo, e 3 em Ipatinga, todos localizados na URS Coronel Fabriciano.

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Diante do avanço da doença, o médico Júlio Couto, membro do Comitê de Medicina Fetal e Gravidez de Alto Risco da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Minas Gerais, emitiu um alerta para as gestantes, enfatizando a importância de procurar assistência médica ao menor sinal dos sintomas da febre oropouche, que incluem dor de cabeça súbita e intensa, dor muscular, dor articular, dor atrás dos olhos, náusea, vômito e febre. Segundo Couto, "estudos do Ministério da Saúde mostraram que existe a transmissão do vírus para o feto durante a gravidez, com casos de fetos que evoluíram para óbito ou nasceram com microcefalia após a infecção das mães."

Foto: Marcelo Augusto / Plox

 

Ainda de acordo com o médico, embora seja cedo para afirmar categoricamente que o vírus seja responsável por esses problemas, há uma suspeita considerável de que ele possa causar danos ao bebê. Além disso, as gestantes infectadas correm maior risco de desenvolver formas mais graves da doença, semelhantes às complicações hemorrágicas observadas em casos de dengue.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) está conduzindo uma investigação epidemiológica para monitorar a situação. Até o momento, não foram registrados casos ou óbitos por febre oropouche no estado até o ano de 2023. No entanto, a recente confirmação de casos em 2024, especialmente no Vale do Aço, requer atenção redobrada da população e das autoridades de saúde.

A febre oropouche, que compartilha sintomas com outras arboviroses como dengue e chikungunya, é diagnosticada clinicamente, epidemiologicamente e através de exames laboratoriais. Todo caso confirmado deve ser notificado pelas autoridades municipais no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), permitindo uma resposta rápida e eficiente para conter a propagação da doença.

Diante da situação, o apelo dos especialistas é claro: as gestantes devem ficar atentas aos sintomas e buscar atendimento médico imediato, contribuindo assim para a segurança tanto da mãe quanto do bebê.

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