Emater-MG alerta para cuidados com rebanho bovino no período seco

A transição entre a seca e as águas, que ocorre geralmente entre setembro e outubro, traz um período crítico para os bovinos.

Por Plox

09/09/2024 13h58 - Atualizado há cerca de 1 mês

Durante o período seco, a qualidade das pastagens é comprometida, exigindo maior atenção dos produtores de leite e carne bovina quanto à alimentação dos rebanhos. Este ano, os focos de incêndio no país intensificam o desafio, aumentando o risco para os animais. Segundo Manoel Lúcio Pontes Morais, coordenador técnico estadual de Bovinocultura da Emater-MG, "a prevenção é a melhor conduta para o pecuarista nesse momento". Ele recomenda que os produtores realizem aceiros nas divisas de propriedade e à beira de estradas para minimizar os riscos de incêndio.


Emater-MG / Divulgação

Riscos para o rebanho em áreas de queimadas

Morais alerta que áreas frequentemente atingidas por incêndios não devem ser usadas para pastagem durante o período de seca. "O rebanho, na melhor das hipóteses, vai sofrer um imenso estresse e algum dano físico para arrebentar a cerca, podendo até morrer todos cercados pelo fogo", explica. Ele destaca que aceiros com pelo menos 5 metros de largura, limpos anualmente no início do período seco, são essenciais, mas podem não ser suficientes dependendo das condições do vento, vegetação e relevo.

Estratégias de manejo para reduzir riscos

Em áreas com alto risco de incêndio, Morais recomenda o planejamento do pastejo diferido para piquetes mais distantes de estradas ou áreas de grande movimento. Ele enfatiza a importância de manter limpas as margens das estradas, removendo materiais que possam causar combustão na vegetação seca, como pedaços de vidro.

Impacto das condições climáticas na alimentação

A transição entre a seca e as águas, que ocorre geralmente entre setembro e outubro, traz um período crítico para os bovinos. A rebrota das pastagens é esperada, mas o atraso das chuvas e as altas temperaturas podem interferir na formação do novo pasto. Para evitar que a alimentação do rebanho seja comprometida, Morais sugere que os produtores se preparem com uma reserva de alimentos 30% maior do que o necessário, considerando possíveis imprevistos como as queimadas.

Manejo da alimentação e hidratação

Morais destaca o uso do sal proteinado como uma ferramenta valiosa para o manejo alimentar, ajudando na digestão da pastagem seca durante o período de estiagem. Além disso, ele reforça a necessidade de fornecer água limpa em todos os bebedouros, durante todo o ano, mas especialmente na seca. "A água não só ajuda na hidratação do rebanho como também é fundamental para ajudar na digestão do capim mais seco e não prejudicar os processos metabólicos", comenta.

Monitoramento constante do rebanho

Para manter a saúde e o bem-estar dos animais, Morais recomenda que os produtores intensifiquem o monitoramento do rebanho durante a seca. A observação regular permite identificar precocemente sinais de doenças, problemas de manejo ou outras questões que possam afetar o desempenho animal, possibilitando intervenções rápidas antes que os problemas se agravem.

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