Bombeiro ensina como agir sob risco de alta tensão após morte de estudante em BH
Jovem de 22 anos morreu ao sair de carro incendiado atingido por fios energizados; Corpo de Bombeiros alerta sobre técnica que pode salvar vidas
Por Plox
09/09/2025 08h25 - Atualizado há 3 dias
O acidente que matou a estudante de jornalismo Brunna Ribeiro de Castro Rosas, de 22 anos, na noite do último domingo (7), em Belo Horizonte, gerou alerta sobre os riscos envolvendo fios de alta tensão e incêndios em veículos. O caso aconteceu na avenida Nossa Senhora do Carmo, na região Centro-Sul da capital mineira, quando o carro em que ela estava bateu em um poste e foi atingido por fios energizados, provocando um incêndio.

Segundo o Corpo de Bombeiros, em situações como essa, a recomendação padrão é permanecer dentro do veículo, que funciona como uma espécie de escudo contra a descarga elétrica. No entanto, o surgimento das chamas obrigou as vítimas a saírem do carro, aumentando drasticamente o risco de eletrocussão.
Tenente Henrique Barcellos, porta-voz da corporação, explicou que, ao deixar um carro sob risco elétrico, é necessário adotar uma técnica específica: \"É preciso sair com os dois pés juntos, de uma vez, sem encostar na lataria, e manter os pés colados enquanto se afasta arrastando-os pelo chão. Somente após se distanciar mais de 10 metros do veículo é seguro caminhar normalmente.\"
Barcellos detalha que a técnica evita que os pés fiquem submetidos a tensões diferentes, o que poderia causar uma descarga elétrica letal. \"Ao redor do ponto energizado há círculos de diferentes níveis de tensão. Um passo em falso pode ser fatal, pois a corrente entra pelo pé que está em maior tensão e sai pelo que estiver em menor.\"
O acidente aconteceu por volta das 22h30 e foi presenciado por várias pessoas. Entre elas, o advogado Frederico Campos Coutinho, que ajudou no resgate das vítimas. \"Vi o carro batido com faíscas saindo e gente gritando para o motorista não sair. Quando percebi que uma jovem estava com as roupas em chamas, corri e usei meu casaco para tentar apagar o fogo\", relatou.
Frederico ainda contou que sofreu queimaduras na mão e no braço ao tentar salvar Brunna, e acredita que ela já havia morrido no momento da tentativa de socorro, por não apresentar reação.
Além de Brunna, estavam no veículo o namorado dela, de 26 anos, e um colega de emissora, de 36. O namorado ficou inconsciente e foi retirado por pessoas em situação de rua, sendo levado em estado grave para o Hospital João XXIII. O outro ocupante teve ferimentos leves.
Brunna era estudante de Jornalismo na PUC Minas e fazia estágio na Record TV Minas. O impacto da batida causou o rompimento de fios da rede elétrica, o que gerou explosões logo após o princípio de incêndio no veículo.
O Corpo de Bombeiros reforça que, em acidentes com fiação elétrica, a população deve evitar qualquer tentativa de resgate e acionar imediatamente os serviços de emergência. Equipamentos comuns como calçados ou pedaços de madeira não são suficientes para isolar choques de alta tensão. A Cemig foi procurada, mas não se manifestou até o momento.
A Polícia Civil investiga o caso.