Furto de cabos elétricos Interrompe abastecimento de água em Timóteo; crime bate recorde no Brasil

Seis bairros em Timóteo-MG tiveram o abastecimento de água abruptamente interrompido devido ao furto de cabos elétricos na unidade de bombeamento. Segundo informações da Unidade da Copasa em Ipatinga, o incidente ocorreu no domingo (8). Os bairros afetados são: Alvorada, Ana Moura, Bandeirantes, Novo Tempo, Timotinho e Vale Verde. O abastecimento deve ser normalizado gradativamente até o fim da noite desta segunda-feira (9).
Furtos de fios elétricos em ascensão no Brasil
O país registrou um alarmante aumento nos furtos de cabos de telecomunicação nos primeiros seis meses de 2023. O total furtado chegou a quase 2,9 mil km, uma média assustadora de 16 km diários, suficiente para estabelecer uma conexão entre São Paulo e Belém. Isso representa um salto de 23,5% em comparação ao ano anterior. Conforme dados da Conexis Brasil Digital, aproximadamente 7 milhões de pessoas foram prejudicadas com interrupções em serviços de telefonia, internet e TV por assinatura no último ano.
Daniela Martins, da Conexis, ressaltou que, além da interrupção dos serviços, as empresas enfrentam despesas adicionais para restaurar as redes.
 

Um exemplo notório do problema foi o furto de cabos no Estádio Ipatingão, em Ipatinga, Minas Gerais. O estádio, que é fundamental para a região, teve seus refletores afetados em maio.
 

O Ipatingão é o principal palco de esportes na região, sendo utilizado principalmente para partidas de futebol. Além disso, o estádio também é palco de diversos outros eventos e shows, demonstrando sua importância para a comunidade local. 

São Paulo lidera as estatísticas com mais de 20% dos crimes e 664 km de cabos furtados, um aumento de 35% em relação a 2022. O motivo por trás desses crimes é principalmente o valor do cobre, essencial nos fios de telecomunicações, e que é cotado em cerca de R$ 40 por quilo. Surpreendentemente, tem havido um envolvimento crescente de funcionários de empresas de telecomunicações, com acesso a informações privilegiadas.
Além de afetar a telecomunicação, estes furtos causaram mais de 2.200 falhas em semáforos somente até abril de 2023, exacerbando problemas de trânsito. Outros setores, como o transporte ferroviário e a distribuição de energia, também foram impactados. A Enel São Paulo reportou um crescimento de mais de 1.000% nos furtos entre 2018 e 2022.
Para combater este crescente problema, medidas estão sendo adotadas. A Câmara Municipal de São Paulo instaurou uma CPI, e propostas estão sendo feitas, como a proibição de novos ferros-velhos em determinadas áreas e a suspensão de alvarás de empresas de reciclagem envolvidas em atividades ilícitas. A prefeitura também busca substituir a fiação de cobre por alumínio em áreas de risco e aumentar a fiscalização.
Não são apenas pessoas em situações de vulnerabilidade envolvidas nesses crimes. Uma tendência preocupante é o envolvimento de funcionários das próprias empresas de telecomunicações. Com acesso a informações privilegiadas, esses funcionários têm participado ativamente dos furtos. Paulo Eduardo Pereira Barbosa, delegado do Deic, destaca que, dos 56 presos em flagrante pelo furto de fios de cobre desde fevereiro, 29 eram funcionários ou terceirizados de empresas de telecomunicações.
Impactos no Interior e Além dos Grandes Centros
Além dos grandes centros urbanos, outros serviços, como transporte sobre trilhos e distribuição de energia elétrica, também enfrentam interrupções devido a esses crimes. Em São Paulo, a CET registrou mais de 2.200 falhas em semáforos até abril de 2023, agravando o trânsito.
Em resposta ao aumento dos furtos, a Câmara Municipal de São Paulo iniciou uma CPI, liderada pelo vereador Coronel Salles. Propostas estão sendo consideradas, incluindo a proibição de novos ferros-velhos no centro expandido e a suspensão de alvarás de empresas de reciclagem envolvidas em atividades ilícitas.
A Prefeitura de São Paulo está adotando medidas para inibir a atividade criminosa, como a substituição de fiação de cobre por alumínio em áreas de alto risco, e a intensificação da fiscalização dos ferros-velhos.