"Roubo do INSS": PF faz operação em 7 estados e mira entidade ligada a irmão de Lula
Sindicato em que Frei Chico é vice-presidente foi alvo de mandado de busca na nova fase da operação Sem Desconto.
Por Plox
09/10/2025 09h10 - Atualizado há 2 dias
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (9) mais uma fase da operação Sem Desconto, voltada ao combate de fraudes no INSS. Foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça.

Um dos alvos da ação é o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), onde José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocupa a vice-presidência. Apesar disso, Frei Chico não está entre os investigados.
Operação abrange sete estados e o DF
As buscas ocorrem simultaneamente em São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal. A ação mira tanto pessoas físicas quanto entidades, ampliando o escopo das fases anteriores da operação. A Controladoria-Geral da União (CGU) apoia a execução dos mandados.
O STF também autorizou o bloqueio de quase R$ 400 milhões pertencentes aos investigados. Segundo a PF, as apurações envolvem possíveis crimes como inserção de dados falsos em sistemas públicos, criação de organização criminosa e tentativa de ocultar ou dissipar patrimônio.
Investigação teve início em abril
A operação Sem Desconto começou em abril, quando resultou no afastamento de seis servidores, incluindo Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS. As suspeitas envolvem a cobrança indevida de R$ 6,3 bilhões em descontos sobre benefícios de aposentados e pensionistas, entre 2019 e 2024.
Além de Stefanutto, também foram afastados naquela etapa:
o diretor de benefícios e relacionamento com o cidadão do INSS,
o chefe da procuradoria federal especializada do INSS,
o coordenador-geral de suporte ao atendimento,
o coordenador-geral de pagamentos e benefícios,
e um policial federal.
As investigações apontam que os descontos não autorizados ocorreram tanto durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) quanto no atual mandato de Lula.
A operação continua em andamento e os nomes dos novos investigados ainda não foram divulgados oficialmente.