Lula se reúne com ministros para discutir rombo de R$ 7,4 bilhões em estatais

Encontro no Planalto aborda estratégias de gestão para conter prejuízo nas empresas públicas de União, Estados e municípios

Por Plox

09/12/2024 10h10 - Atualizado há 2 dias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na manhã desta segunda-feira (9), no Palácio do Planalto, com 16 ministros para discutir a situação financeira e a governança das estatais. A pauta principal foi o déficit recorde de R$ 7,4 bilhões registrado de janeiro a outubro de 2024, o maior desde o início da série histórica, em 2002.

Entre os ministros presentes no encontro estavam Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). O objetivo da reunião foi definir estratégias para reverter o cenário de prejuízo, que envolve estatais de diferentes esferas do governo — União, Estados e municípios.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

De acordo com dados do Banco Central, as empresas federais somaram um déficit de R$ 3,3 bilhões no período, enquanto as estaduais e municipais acumularam prejuízo de R$ 3,8 bilhões. Ao todo, o rombo das estatais chegou a R$ 7,4 bilhões.

É importante destacar que o levantamento não considera empresas lucrativas, como Petrobras, Eletrobras e os bancos públicos. O valor contabiliza o desempenho de 22 empresas que possuem receitas próprias e não dependem de recursos do Tesouro Nacional, mas cujo resultado influencia o cálculo fiscal do governo federal. Entre essas estatais estão Correios, Ceagesp, Infraero, Dataprev e Serpro.

Investimentos explicam parte do prejuízo, diz governo

Em nota divulgada no fim de outubro, o Ministério da Gestão afirmou que uma das razões para o déficit foi o aumento de investimentos nas empresas. De acordo com a pasta, o resultado primário das estatais "não é uma medida adequada de saúde financeira", já que o aumento de investimentos em expansão e modernização dos negócios pode resultar em déficits momentâneos.

“É comum empresas registrarem déficit primário mesmo com aumento do lucro se estiverem acelerando seus investimentos, na expansão/modernização dos negócios. [...] O déficit de todas as estatais alcançou R$ 7,21 bilhões, dos quais R$ 3,37 bilhões, menos da metade, diz respeito às empresas federais. E parte expressiva desse déficit corresponde a investimentos feitos pelas companhias”, destacou o comunicado do ministério.

Destaques