Política

União Brasil expulsa ministro do Turismo, Celso Sabino, por manter cargo no governo Lula

Partido cancela filiação de Sabino após descumprimento de resolução que determinava saída de todos os filiados do governo federal; ministro chama decisão de equivocada, mantém plano de disputar o Senado em 2026 e garante permanência no Turismo até abril daquele ano

09/12/2025 às 07:50 por Redação Plox

O União Brasil oficializou, nesta segunda-feira (8/12), a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, e o cancelamento imediato de sua filiação partidária. A decisão foi tomada pela Executiva Nacional após o ministro descumprir a orientação da sigla, emitida em setembro, para que todos os filiados deixassem cargos no governo federal.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Celso Sabino em reunião ministerial no Palácio do Planalto, em agosto de 2024

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Celso Sabino em reunião ministerial no Palácio do Planalto, em agosto de 2024

Foto: Ricardo Stuckert/PR


De acordo com o partido, a medida teve como base uma representação interna apresentada depois que Sabino optou por permanecer à frente do Ministério do Turismo, contrariando a linha adotada pelo União Brasil desde o rompimento com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nota, a legenda afirmou que a permanência no cargo representou desobediência a uma resolução partidária que valia para todos os filiados.

Sabino chama decisão de injusta e cita COP30

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Celso Sabino reagiu à decisão, classificando a expulsão como “equivocada e injusta”. Ele argumentou que não poderia deixar o ministério a poucas semanas da realização da COP30, em Belém, e disse que sua escolha de permanecer no governo foi guiada pelo que considera “o melhor projeto para o Brasil”, em referência à gestão de Lula.

No vídeo, o ministro também criticou a intervenção do União Brasil no diretório do Pará, estado onde construiu sua base política. Sabino afirmou que não descumpriu normas internas e que deixa a sigla com a consciência tranquila e com a imagem política preservada.

Crise no partido vinha se agravando desde outubro

A ruptura entre o ministro e o União Brasil já se desenhava desde outubro, quando Sabino foi afastado de funções internas e perdeu o comando do diretório estadual do Pará. Nos bastidores, aliados atribuem a decisão de permanecer na Esplanada dos Ministérios ao cálculo eleitoral para 2026, já que ele planeja disputar uma vaga no Senado com apoio de Lula e maior visibilidade proporcionada pelos eventos ligados à COP30.

Plano para 2026 e busca por nova sigla

No mesmo vídeo em que comentou a expulsão, Sabino confirmou que segue como pré-candidato ao Senado e que pretende manter sua articulação política no Pará em sintonia com o Palácio do Planalto. Ele indicou que continuará alinhado ao presidente Lula no projeto eleitoral do próximo ano.

O ministro informou ainda que já iniciou conversas com outras legendas para definir um novo abrigo partidário. Pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), políticos expulsos de seus partidos podem manter o mandato e se filiar a outra sigla sem risco de perda da cadeira, o que garante a Sabino a permanência na Câmara dos Deputados.

Permanência no Ministério do Turismo até abril de 2026

Apesar da pressão interna no União Brasil, Sabino reafirmou que continuará no comando do Ministério do Turismo até o prazo de desincompatibilização, em abril de 2026, quando ocupantes de cargos no Executivo que desejam concorrer nas eleições precisam se afastar de suas funções.

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