Política

Filme sobre Bolsonaro ganha teaser e gera polêmica

Produzido por Mário Frias e estrelado por Jim Caviezel, longa “Dark Horse” tem estreia prevista para 2026, mira público internacional e enfrenta questionamentos sobre uso de música de Beyoncé e condições de trabalho no set

09/12/2025 às 19:10 por Redação Plox

O primeiro teaser de “Dark Horse”, filme sobre a vida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi divulgado no domingo (7.dez.2025). A produção é escrita e produzida pelo deputado Mário Frias (PL-SP), ex-secretário nacional de Cultura, e tem o ator norte-americano Jim Caviezel, conhecido por “A Paixão de Cristo”, no papel principal. As filmagens acontecem no Brasil e nos Estados Unidos, com previsão de estreia em 2026. E a produção já enfrenta disputa judicial por música e fiscalização sindical. Veja os detalhes na Live.




O longa deve abordar momentos centrais da trajetória política de Bolsonaro, atualmente condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente está preso preventivamente desde 22 de novembro.

Foto: Divulgação


Jim Caviezel assume papel de Bolsonaro

Oficialmente confirmado como intérprete de Jair Bolsonaro nos cinemas, Jim Caviezel aparece caracterizado como o ex-presidente nas primeiras imagens de “Dark Horse”, divulgadas no domingo (7). O filme promete revisitar a campanha presidencial de 2018 e a trajetória política de Bolsonaro, com lançamento previsto para 2026.

Aos 57 anos, Caviezel ganhou projeção mundial ao viver Jesus em “A Paixão de Cristo” (2004). Ele não integra o elenco da continuação, “A Ressurreição de Cristo”, também programada para o próximo ano. Em 2023, voltou ao centro dos debates ao protagonizar “Som da Liberdade”, filme sobre tráfico de crianças baseado em uma história real.

Na carreira, o ator participou ainda de produções como “Além da Linha Vermelha” (1998), “O Conde de Monte Cristo” (2002), “Déjà Vu” (2006) e “Outlander - Guerreiro vs Predador” (2008).

Nos últimos anos, Caviezel passou a aparecer menos pelo trabalho em Hollywood e mais pela aproximação com discursos e eventos ligados ao QAnon, movimento conspiratório de extrema direita nos Estados Unidos. O ator já discursou para plateias simpáticas ao grupo e participou de encontros em que repetiu alegações amplamente desmentidas, como a existência de milhões de crianças desaparecidas por ano e a atuação de uma suposta “cabala satânica” responsável por controlar estruturas políticas, econômicas e midiáticas.

Mário Frias fala em “missão” e mira alcance mundial

Em entrevista à Revista Oeste, Mário Frias afirmou que a produção está em fase avançada e descreveu o processo de realização do longa como uma mudança de perspectiva pessoal após problemas de saúde. Ele relatou ter começado a escrever o roteiro depois de seu segundo infarto e associou o projeto a uma dimensão que vai além da criação artística.

A produção está bastante adiantada. Os teasers mostram apenas uma pequena parte do que já foi construído — cenas icônicas da vida do presidente Bolsonaro foram gravadas com extremo cuidado estético e histórico. Comecei a escrever o roteiro logo depois do meu segundo infarto, e essa experiência mudou completamente minha percepção do projeto. Hoje, vejo o filme não apenas como uma obra artística, mas como uma missão. Estamos nos ajustes finais de edição. A previsão é lançar no próximo ano, com uma estreia de alcance mundial.

Mário Frias, em entrevista à Revista Oeste

Frias também detalhou como Jim Caviezel entrou no projeto, destacando a busca de apoio nos Estados Unidos entre pessoas que, segundo ele, valorizam a história de Bolsonaro. De acordo com o deputado, o ator demonstrou interesse imediato e enxergou o peso da narrativa e do contexto político retratado no longa, o que teria contribuído para dar ao filme uma dimensão internacional e simbólica.

Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados



O produtor explicou ainda a decisão de rodar “Dark Horse” em inglês, com o objetivo de ampliar o alcance da obra. A escolha é apresentada como estratégia para que a versão de eventos envolvendo Bolsonaro circule além do público brasileiro e dialogue com plateias de outros países, especialmente no Ocidente.

Equipe de Beyoncé aciona Justiça por uso de “Survivor”

O teaser de “Dark Horse” também gerou reação no campo jurídico. A equipe de Beyoncé recorreu à Justiça após a prévia do filme utilizar, sem autorização, a música “Survivor”, sucesso do grupo Destiny’s Child, do qual a artista fez parte.

A iniciativa foi confirmada pelo brasileiro Anderson Nick, integrante da BeyGood, organização filantrópica mantida por Beyoncé. Segundo ele, a equipe da cantora já adotou as medidas legais cabíveis para contestar o uso da canção no material de divulgação do longa.

Foto: Rede social

Sindicato apura denúncias de más condições no set

O Sated-SP (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo) informou nesta 2ª feira (8.dez.2025) que enviou delegados sindicais ao set de filmagens de “Dark Horse”, em São Paulo, após receber reclamações sobre condições de trabalho.

Segundo o sindicato, as queixas chegaram na 6ª feira (5.dez) e envolvem relatos de problemas enfrentados por figurantes e atores. A vice-presidente da entidade, Gabrielle Araújo, afirmou que foram registradas diversas denúncias relacionadas ao ambiente da produção, uma coprodução americana e brasileira.

Durante a visita, representantes do Sated-SP disseram ter conversado com membros da equipe e com a produção do filme. O sindicato também relatou ter solicitado providências para que o tratamento aos profissionais seja adequado às normas estabelecidas para o setor, recolocando em foco as condições de bastidores na indústria audiovisual.

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