Política

STF inicia julgamento de seis acusados de integrar núcleo golpista ligado a Bolsonaro

Primeira Turma analisa nesta terça (9) denúncia contra seis réus por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e plano que teria incluído a morte de autoridades, em trama golpista já com 24 condenados

09/12/2025 às 08:42 por Redação Plox

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (9) o julgamento que pode levar à condenação de seis réus apontados como integrantes do núcleo 2 da trama golpista. A sessão está marcada para as 9h e será realizada de forma presencial pela Primeira Turma da Corte.

Primeira Turma do tribunal terá sessão realizada de forma presencial

Primeira Turma do tribunal terá sessão realizada de forma presencial

Foto: Reprodução / STF.



Compõem o colegiado os ministros Alexandre de Moraes, relator da ação penal, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Eles vão analisar a denúncia apresentada contra ex-integrantes do governo federal e militares ligados ao então presidente Jair Bolsonaro.

Quem são os réus no banco dos acusados

A ação penal envolve Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor do então presidente; Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF); Mário Fernandes, general da reserva do Exército; Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça; e Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do mesmo ministério.


Os seis são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. As imputações se inserem no contexto das investigações sobre a trama para invalidar o resultado das eleições e atacar as instituições democráticas.

Papel atribuído a cada acusado

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Filipe Martins teria atuado como um dos articuladores da chamada “minuta do golpe”, documento no qual Bolsonaro buscaria justificar a decretação de estado de sítio na região do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou a deflagração de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) pelas Forças Armadas.


A PGR atribui ao general da reserva Mário Fernandes a responsabilidade pela elaboração do plano denominado Punhal Verde Amarelo, no qual teria sido planejada a morte do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Já o coronel Marcelo Câmara é apontado como responsável pelo monitoramento ilegal da rotina de Moraes.


A acusação sustenta ainda que Silvinei Vasques comandou ações da PRF destinadas a dificultar a circulação de eleitores do Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022. De acordo com a denúncia, os dados que teriam embasado essas operações foram produzidos por determinação de Marília de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira, então integrantes da área de inteligência e operações do Ministério da Justiça.

Durante a tramitação da ação penal, todos os acusados negaram envolvimento com a trama.

Andamento dos demais núcleos da trama

Até agora, o STF já condenou 24 réus relacionados à mesma trama golpista. As condenações atingem integrantes dos núcleos 1, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, 3 e 4.

O núcleo 5 tem como único réu Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo. Ele reside nos Estados Unidos e, até o momento, não há previsão para o julgamento desse segmento do caso.

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