Entenda a Dromomania, a condição psicológica além do desejo de viajar
Especialistas diferenciam impulso incontrolável de viajar e sua associação com distúrbios mentais
Por Plox
10/01/2024 06h39 - Atualizado há mais de 1 ano
Viajar pode ser mais do que um hobby para algumas pessoas, transformando-se em um impulso incontrolável. Esse fenômeno, conhecido como dromomania, foi recentemente analisado por especialistas que buscam esclarecer sua verdadeira natureza. A empresária Amanda Lima, de 28 anos, exemplifica uma apaixonada por viagens, mas, segundo os especialistas, seu caso não se enquadra na definição clássica de dromomania.
Dromomania: Mais do que Paixão por Viagens Amanda, nascida em São Paulo e residente em Belo Horizonte, descobriu seu amor por viagens ainda criança, influenciada pelas constantes viagens do pai. Hoje, destina parte significativa de seus rendimentos para explorar novos lugares, já tendo visitado 15 países. Seu caso, no entanto, difere da dromomania clássica, que é caracterizada por um impulso incontrolável de sair de casa, muitas vezes relacionado a transtornos mentais.
Conceito Original vs. Concepções Modernas Cláudio Paixão, doutor em psicologia social e professor da UFMG, explica que a dromomania originalmente estava ligada a quadros psiquiátricos como esquizofrenia e transtorno de personalidade. Contudo, a popularização do termo levou a uma concepção mais romântica, associando-o a pessoas que viajam por prazer. Ele também discute uma terceira concepção, um meio-termo entre o sintoma psiquiátrico e o desejo de aventura, semelhante a um vício em viagens.
Diferenciando o Ludambulismo Paixão ressalta uma distinção importante entre dromomania e ludambulismo. Este último é definido por um desejo saudável de viajar, buscando novas experiências e conhecimento, uma característica presente na forma como Amanda Lima encara suas viagens.
Riscos e Tratamentos da Dromomania A dromomania, em seu sentido clássico, pode trazer riscos significativos, incluindo danos à integridade física e às relações sociais e profissionais do indivíduo. Paixão menciona que a condição pode ser tratada com terapia e medicamentos, como ansiolíticos, mas destaca a importância da identificação precoce dos sintomas.
A Visão Equilibrada de Viajar Finalmente, Paixão sublinha a importância de manter um equilíbrio, integrando viagens ao cotidiano sem torná-las o único objetivo de vida. Ele reforça que, apesar dos prazeres das viagens, é fundamental manter uma perspectiva equilibrada para uma vida saudável.