BR-116: Polícia Civil conclui identificação de 39 vítimas da tragédia em Teófilo Otoni
O inquérito que investiga o acidente, no entanto, ainda não tem um prazo definido para ser encerrado, segundo o delegado Saulo Castro
Por Plox
10/01/2025 16h38 - Atualizado há 2 meses
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu a análise pericial dos corpos das 39 vítimas do grave acidente que envolveu um ônibus, uma carreta e um carro na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Todas as vítimas eram ocupantes do ônibus que seguia viagem de São Paulo para a Bahia. Até o momento, 37 corpos já foram liberados para as famílias, enquanto os parentes das duas últimas vítimas, identificadas na quinta-feira (9/1), estão sendo notificados.
As vítimas tinham idades entre 1 ano e 2 meses e 64 anos, sendo a maioria naturais da Bahia e São Paulo, com exceção de uma de Minas Gerais e outra da Paraíba. A identificação foi possível graças ao apoio das polícias civis e científicas da Bahia, Paraná e São Paulo, que colaboraram com a coleta de material genético e radiológico das vítimas.

Etapas da perícia no IML
Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte devido à complexidade do caso. Segundo o superintendente de Polícia Técnico-Científica da PCMG, médico-legista Thales Bittencourt, as etapas periciais incluíram radiografias, tomografias e exames necroscópicos e antropológicos.
O trabalho revelou que foram analisados 46 casos, incluindo corpos e segmentos. “Eventos dessa natureza, dada a grande força mecânica, resultam, infelizmente, na segmentação de corpos”, explicou Bittencourt. No entanto, o número de casos não corresponde à quantidade de vítimas fatais.
As identificações foram realizadas de forma minuciosa:
13 por papiloscopia (impressões digitais),
4 por odontologia-legal,
22 por DNA, sendo essas necessárias em corpos carbonizados ou com lesões severas.
Ainda foi colhido material biológico dos motoristas do ônibus e da carreta para exames toxicológicos e de teor alcoólico, com os resultados encaminhados à delegacia de Teófilo Otoni.

Perícia no local do acidente
No dia do acidente, ocorrido em 21 de dezembro, equipes da PCMG estiveram na rodovia para realizar os primeiros levantamentos e coletar vestígios. Especialistas utilizaram o Laser Scanner 3D, tecnologia que permite simular a dinâmica do evento, facilitando a análise do acidente. A investigação sobre os vestígios encontrados continua em andamento.
Atendimento às famílias das vítimas
Desde o início, a PCMG priorizou um atendimento humanizado às famílias das vítimas. Em Belo Horizonte, parentes foram acolhidos por assistentes sociais e psicólogos. A expertise adquirida pela instituição em tragédias anteriores, como o rompimento da barragem de Brumadinho e o acidente em João Monlevade, contribuiu para um trabalho cuidadoso e respeitoso com os familiares.
“Está sendo um trabalho de muita atenção e cuidado para que a Polícia Civil entregue, no menor prazo possível, mas sem abrir mão do rigor científico, todos os esclarecimentos necessários para uma boa investigação criminal”, afirmou Saulo Castro, porta-voz da PCMG.
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