Drones revolucionam o combate ao Aedes aegypti em Minas Gerais
Uso de tecnologia possibilita identificar e tratar criadouros em áreas de difícil acesso, reduzindo focos de dengue, zika e chikungunya.
Por Plox
10/01/2025 09h36 - Atualizado há 2 meses
O estado de Minas Gerais adotou uma abordagem inovadora para combater o Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Por meio da política Vigidrones, drones estão sendo utilizados para mapear e tratar locais com água parada que podem se transformar em criadouros. Esses equipamentos permitem o acesso a áreas de difícil inspeção, como caixas d'água e piscinas descobertas, onde é possível aplicar larvicidas de forma precisa.

Resultados promissores e pioneirismo
De acordo com Eduardo Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), os primeiros resultados da iniciativa são positivos. “Observamos uma significativa eliminação de focos de água parada e do vetor nos municípios que iniciaram o mapeamento”, destaca. Ele ainda enfatiza que o estado lidera o uso de recursos avançados no Brasil para prevenir epidemias. O vice-governador, Professor Mateus, também ressaltou o caráter inédito do programa: “Com a Vigidrones, estamos avançando de forma inédita no enfrentamento ao Aedes aegypti. Esse é o compromisso do nosso governo: cuidar das pessoas com soluções modernas e eficientes”.
Investimento e abrangência
O projeto recebeu um investimento de R$ 30 milhões, destinados ao geomonitoramento por drones. Em 2024, 394 municípios foram atendidos, abrangendo 45 mil hectares mapeados e identificando mais de 100 mil potenciais criadouros. Municípios menores, com menos de 30 mil habitantes, foram atendidos por Consórcios Intermunicipais de Saúde, responsáveis pela gestão do serviço.
Dados do programa indicam que 20% a 25% dos focos de criadouros não são detectados pelos Agentes Comunitários de Endemias (ACE), reforçando a necessidade dessa tecnologia. Em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a inspeção de 206 hectares identificou 562 possíveis criadouros, entre eles 40 caixas d'água abertas. Giovanni Barbosa, diretor do Departamento de Zoonoses da cidade, comemorou os resultados: “No período de um ano, registramos uma redução de 96% dos casos nas áreas mapeadas”.
Capacitação e monitoramento contínuo
A coordenadora do Departamento Saúde Única do Icismep, Eduarda Portela, destacou a importância do monitoramento constante para garantir a eficácia da iniciativa. “Entre julho e dezembro, acompanhamos o mapeamento de 69 municípios, auxiliando na elaboração de planos de trabalho, capacitações e no monitoramento para avaliar os resultados em conjunto”, explicou.
As informações coletadas pelos drones são armazenadas em um sistema georreferenciado, permitindo a criação de mapas de calor que identificam áreas críticas. Além disso, a SES-MG está desenvolvendo um painel de monitoramento para apresentar um balanço detalhado dos resultados do programa, que será disponibilizado em breve.
Eficiência no combate às epidemias
Com a utilização de drones e a integração de tecnologia de ponta, Minas Gerais se posiciona como um exemplo de inovação e eficiência na luta contra o Aedes aegypti. A redução significativa nos casos de dengue em áreas atendidas comprova a eficácia do projeto, que segue como referência para outros estados brasileiros.