Governo mantém tabela do Imposto de Renda congelada em 2025 e brasileiros sentem impacto

Sem mudanças, faixa de isenção continua em R$ 2.824, enquanto alíquotas sobre rendas maiores seguem vigentes

Por Plox

10/01/2025 09h32 - Atualizado há 2 meses

A tabela progressiva do Imposto de Renda (IR) para o ano de 2025 permanecerá sem alterações. Apesar de um anúncio prévio do governo sobre possíveis mudanças, como a ampliação da faixa de isenção, a falta de aprovação de uma reforma impede que as alterações entrem em vigor. Isso significa que quem recebe acima de R$ 2.824 mensais, valor próximo a dois salários mínimos, continuará sujeito ao pagamento do tributo.

Promessas adiadas na reforma tributária

No final de 2024, o governo havia sinalizado sua intenção de elevar a faixa de isenção do IR para R$ 5 mil. Esta mudança integraria a segunda fase da reforma tributária, que incluiria, em contrapartida, a criação de uma nova alíquota de 10% para rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais.

O objetivo era equilibrar o impacto fiscal do aumento na isenção com uma taxação mais expressiva sobre rendas elevadas. No entanto, essa proposta foi postergada. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "inconsistências" nos cálculos da Receita Federal atrasaram o envio do projeto ao Congresso.

Se o Orçamento de 2025 for aprovado em fevereiro, como previsto, a proposta pode ser encaminhada ao Legislativo ainda no mesmo mês ou no início de março.

Joédson Alves/Agência Brasil

Histórico de congelamento na tabela do IR

A última mudança na faixa de isenção aconteceu em fevereiro de 2024, quando o limite foi ajustado de R$ 2.640 para R$ 2.824. Antes disso, o congelamento das faixas de tributação vinha desde 2015, o que tem gerado reclamações entre contribuintes, principalmente os de renda mais baixa.

No Orçamento de 2025, enviado ao Congresso em agosto do ano anterior, não há previsão de novos ajustes na tabela do IR, consolidando o congelamento das alíquotas e limites.

Desconto simplificado e alternativas para contribuintes

Apesar do congelamento, a Receita Federal oferece um desconto simplificado de R$ 564,80 na renda mensal. Essa dedução, aplicada automaticamente, permite que trabalhadores que ganham até R$ 2.824 fiquem isentos do imposto.

O desconto, no entanto, é opcional. Contribuintes com despesas maiores, como gastos com dependentes, pensão alimentícia, educação ou saúde, podem optar pelas deduções previstas na legislação atual, o que pode resultar em uma tributação menor.

Tabela progressiva do IRPF em 2025

Confira os valores e alíquotas vigentes:

  • Até R$ 2.259,20: Alíquota de 0% (isenção)
  • De R$ 2.259,21 a R$ 2.826,65: Alíquota de 7,5%, com dedução de R$ 169,44
  • De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05: Alíquota de 15%, com dedução de R$ 381,44
  • De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68: Alíquota de 22,5%, com dedução de R$ 662,77
  • Acima de R$ 4.664,68: Alíquota de 27,5%, com dedução de R$ 896
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