Maduro fecha fronteira com a Colômbia para garantir posse presidencial

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou o fechamento da fronteira com a Colômbia a partir da manhã desta sexta-feira (10/1), medida que permanecerá em vigor até segunda-feira (13/1). Freddy Bernal, governador do estado fronteiriço de Táchira, justificou a decisão afirmando que autoridades locais receberam informações sobre uma "conspiração internacional para perturbar a paz dos venezuelanos". O bloqueio visa prevenir interferências externas na posse presidencial, programada para as 13h (horário de Brasília) desta sexta-feira.

Bernal destacou a importância da medida para proteger a estabilidade da Venezuela durante o evento político. A segurança também foi reforçada nas áreas públicas de Caracas, especialmente nos arredores de prédios governamentais.

Tensão com a oposição
A cerimônia de posse ocorre em um cenário de intensos atritos com a oposição venezuelana. Edmundo González Urrutia, representante oposicionista apoiado por María Corina Machado, contesta o resultado das eleições presidenciais de 2024. Apesar de prometer viajar ao país para reivindicar o cargo, o plano enfrenta barreiras logísticas e políticas, tornando-se cada vez mais improvável.

Na quinta-feira (9/1), a oposição denunciou a prisão temporária de María Corina Machado, posteriormente liberada após gravar vídeos, reforçando a tensão pré-posse.

Brasil e o posicionamento diplomático
O governo brasileiro, convidado para a cerimônia, será representado pela embaixadora Glivânia Maria de Oliveira. A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, é vista como um sinal de distanciamento diplomático, embora o Brasil também não tenha oficialmente contestado o resultado das eleições venezuelanas.

A relação entre Lula e Maduro apresenta uma dinâmica complexa. Em 2023, Maduro não compareceu à posse de Lula, optando por enviar um representante do parlamento. Mais tarde, ambos os líderes se encontraram em Brasília durante a Cúpula dos Presidentes Sul-Americanos, mas a relação foi prejudicada por desentendimentos sobre a autoproclamação de Maduro e declarações hostis do governo venezuelano.

Monitoramento em Pacaraima e impacto regional
Embora a fronteira com o Brasil não tenha sido oficialmente fechada, a Polícia Militar de Roraima intensificou o controle e a vigilância na cidade de Pacaraima. Autoridades locais monitoram possíveis desdobramentos decorrentes das restrições impostas pelo governo venezuelano na fronteira com a Colômbia.