Mulher acusada de envenenamento é considerada assassina em série pela polícia
Delegada revela indícios de outros crimes cometidos por Deise Moura, incluindo mortes por arsênio e manipulação de provas.
Por Plox
10/01/2025 23h30 - Atualizado há 3 meses
Deise Moura dos Anjos, presa por envenenar um bolo consumido por familiares no Rio Grande do Sul, é apontada pela Polícia Civil como uma assassina em série. A delegada Sabrina Deffente, responsável pela investigação, afirmou que há provas substanciais de que Deise cometeu envenenamentos contra outras pessoas próximas, eliminando evidências que pudessem incriminá-la.

“Ela não foi descoberta por muito tempo e apagava qualquer pista que pudesse levá-la à Justiça. Não temos dúvidas de que ela agia como uma assassina em série”, declarou Deffente em uma coletiva nesta sexta-feira (10).
Crimes premeditados e desavenças familiares
A prisão de Deise ocorreu após a morte de três familiares durante uma confraternização de Natal no ano passado, quando consumiram um bolo contaminado com arsênio. A mesma substância foi encontrada no corpo do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, falecido em setembro. Embora ela tenha tentado insistentemente realizar a cremação do corpo, a família optou pelo sepultamento. Exames realizados após a exumação confirmaram a presença do veneno.
De acordo com a polícia, as motivações para os crimes giram em torno de disputas familiares antigas. Um dos conflitos remonta a 20 anos, quando a sogra de Deise, Zeli dos Anjos, sacou R$ 600 de sua conta, devolvendo o dinheiro no dia seguinte. Outra briga teria envolvido a prima do marido, Tatiana Denize Silva dos Santos, que escolheu casar-se na mesma igreja pretendida por Deise.
Entre as vítimas confirmadas estão Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos; Maida Berenice Flores da Silva, de 59; Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47; e o sogro Paulo Luiz dos Anjos.
Dissimulação e planejamento meticuloso
Conforme os investigadores, Deise demonstrava um comportamento dissimulado, fingindo afeto pela sogra e tentando estreitar laços com a família antes de cometer os crimes. “Ela dizia sentir saudade da sogra e queria passar mais tempo com ela, mas isso ocorreu logo após adquirir o arsênio”, detalhou a delegada.
Heraldo Guerreiro, subchefe da Polícia Civil gaúcha, foi enfático ao declarar que Deise dificilmente sairá da prisão. “Ela provavelmente não terá outra oportunidade fora da cadeia em sua vida.”
Os desdobramentos do caso seguem sendo acompanhados pelas autoridades, que continuam apurando se outras mortes podem ser atribuídas à suspeita.