Na última terça-feira (7), Luciano Hang, empresário bolsonarista e dono da rede de lojas Havan, convidou Ricardo Patah, presidente da central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores), para visitar suas instalações em Santa Catarina. Esse gesto de aproximação foi o primeiro em direção aos sindicatos, que foram alvos de ataques de aliados e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos anos.

Combate às plataformas digitais internacionais

Durante o encontro, Hang solicitou ajuda para combater as plataformas digitais internacionais, que estão vendendo cada vez mais no Brasil sem pagar impostos, dizimando empresas brasileiras de todos os tamanhos. Ele direcionou suas críticas a plataformas como Shein, Ali Express, Shopee e Wish, que ele chamou de "contrabandistas digitais" em um dossiê que entregou no encontro.

Segundo o material apresentado por Hang, apenas em impostos, essas plataformas farão com que o Brasil deixe de arrecadar mais de R$ 60 bilhões em 2022, ultrapassando R$ 100 bilhões em 2023. Esses valores ainda não incluem outras dezenas de bilhões de reais sonegados através das plataformas digitais presentes no próprio mercado interno.

"Apenas em impostos, os contrabandistas digitais farão com que o Brasil deixe de arrecadar mais de R$ 60 bilhões em 2022, e ultrapassará R$ 100 bilhões, já em 2023. Estes valores ainda não incluem outras dezenas de bilhões de reais sonegados através das plataformas digitais presentes no próprio mercado interno", diz o material.

Encontro produtivo

Patah descreveu o encontro como positivo e produtivo. A sua central sindical, a UGT, é a que tem mais força no setor de serviços no Brasil e, portanto, a que tem mais representatividade na área de atuação da Havan. Ele afirmou que levará o documento entregue por Hang a Luiz Marinho, ministro do Trabalho, com o qual estará reunido nesta sexta-feira (10).

A iniciativa de Hang em buscar um diálogo com líderes sindicais mostra uma mudança de postura em relação ao passado, onde a relação com essas entidades era conflituosa. Resta saber se esse primeiro passo será seguido de outros, e se haverá efetivamente um trabalho conjunto entre empresários e sindicatos em prol de uma economia mais justa e equilibrada.