Anatel aprova pedido da Starlink para lançar mais 7,5 mil satélites no Brasil

Com aval unânime do conselho, empresa de Elon Musk poderá operar quase 12 mil satélites em órbita nacional até 2027, ampliando sua liderança em internet via satélite

Por Plox

10/04/2025 17h30 - Atualizado há 15 dias

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou nesta terça-feira (8) o pedido da empresa Starlink para lançar mais 7,5 mil satélites na órbita do Brasil. Com a nova autorização, a companhia de Elon Musk alcançará a marca de 11,9 mil satélites em operação, ampliando ainda mais sua liderança no segmento de internet de alta velocidade via satélite no país.


A decisão foi tomada de forma unânime pelo conselho diretor da Anatel por meio de circuito deliberativo, fora da tradicional reunião pública. Inicialmente, o tema havia sido incluído na pauta da última reunião ordinária da agência, mas o relator do processo, conselheiro Alexandre Freire, solicitou um prazo de até 120 dias para análise. Apesar disso, optou por manifestar seu voto no ambiente virtual da agência e acelerar a deliberação.


O deferimento contempla a alteração no direito de exploração de satélites já vigente, permitindo não apenas o aumento no número de unidades em órbita, mas também a ampliação das faixas de frequência utilizadas para transmissão de sinal. A nova licença custará à Starlink o valor de R$ 102 mil e terá validade até o ano de 2027.


Imagem Foto: REUTERS/Lisi Niesner


A aprovação, no entanto, gerou insatisfação entre outras operadoras do setor. Concorrentes da Starlink pediram à Anatel que negasse o pedido, alegando riscos de congestionamento da órbita e possíveis interferências nas frequências em uso, diante do crescimento acelerado da constelação de satélites da empresa norte-americana.


Como resposta à complexidade da situação, a Anatel emitiu um “alerta regulatório” e anunciou que promoverá a atualização do marco normativo sobre o tema. O Comitê de Infraestrutura de Telecomunicações e o Comitê de Espectro e Órbita da agência foram convocados a realizar estudos técnicos urgentes para avaliar os impactos e garantir o equilíbrio regulatório. Os trabalhos deverão considerar princípios como segurança das redes, promoção da concorrência, eficiência espectral, soberania nacional e alinhamento com diretrizes internacionais.


“O caso deixou evidente as limitações do atual regulamento frente às novas realidades da exploração satelital em larga escala”, afirmou o conselheiro Alexandre Freire. Segundo ele, embora a aprovação tenha ocorrido por unanimidade, o episódio acendeu um alerta quanto à necessidade de modernizar as normas para acompanhar o avanço tecnológico e os interesses estratégicos nacionais.


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