Embarcação histórica volta a navegar no rio São Francisco após década de espera

Vapor Benjamim Guimarães retoma rota entre Pirapora e Juazeiro após restauração de R$ 5,8 milhões

Por Plox

10/04/2025 10h34 - Atualizado há 15 dias

Após uma década afastado das águas, o vapor Benjamim Guimarães, uma das mais tradicionais embarcações fluviais do Brasil, está prestes a retomar sua rota histórica pelo rio São Francisco. A expectativa é que a embarcação volte a fazer a travessia entre Pirapora, em Minas Gerais, e Juazeiro, na Bahia, no próximo dia 28.


Imagem Foto: Redes sociais/dviulgação


Construído em 1913, o Benjamim Guimarães começou sua trajetória nas águas do Rio Amazonas, mas foi na década de 1920 que passou a operar no rio São Francisco. O vapor foi usado tanto para o transporte de cargas quanto de passageiros, além de ter participado de operações de patrulhamento durante a Segunda Guerra Mundial, levando tropas do Exército Brasileiro ao litoral nordestino.



O vapor é reconhecido oficialmente como patrimônio histórico, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) desde 1985. A embarcação possui características singulares: popa quadrada, roda de pás traseira e motor a vapor de 60 CV alimentado por lenha. Sua capacidade total é para 140 pessoas, entre tripulantes e passageiros, podendo atingir velocidade de até 12 km/h. Mede 43,85 metros de comprimento por 7,96 metros de largura e pode armazenar até 28 toneladas de combustível.



A restauração do Benjamim Guimarães foi viabilizada após um longo impasse entre entes públicos e levou cerca de 10 anos para ser concluída. Inicialmente prevista para ser financiada pela Prefeitura de Pirapora, com apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a obra acabou sendo assumida pela Eletrobras, em acordo com o Ministério de Minas e Energia. O custo total da reforma, incluindo a fiscalização, foi estimado em R$ 5,8 milhões, conforme informações da Empresa Municipal de Turismo de Pirapora (Emutur).



Com sua volta ao Velho Chico, o vapor Benjamim Guimarães reacende o turismo fluvial da região, trazendo consigo não apenas um pedaço vivo da história, mas também uma nova onda de desenvolvimento cultural e econômico para o Norte de Minas.


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