Banco Mundial: desmatamento na Amazônia pode causar danos irreversíveis

Se o desmatamento continuar a aumentar, a floresta pode chegar a um ponto em que seus efeitos nocivos não possam mais ser revertidos.

Por Plox

10/05/2023 09h25 - Atualizado há mais de 1 ano

O Banco Mundial lançou um alerta sobre os possíveis danos permanentes do desmatamento na Amazônia em seu relatório “Equilíbrio Delicado Para a Amazônia Legal Brasileira: Um Memorando Econômico”. A instituição defende a revisão do modelo de crescimento na região, a fim de garantir maior proteção da floresta e da biodiversidade.

Atividades associadas ao desmatamento

O relatório aponta que o desmatamento na Amazônia está ligado a atividades como pecuária, ampliação da fronteira agrícola e mineração. Se o desmatamento continuar a aumentar, a floresta pode chegar a um ponto em que seus efeitos nocivos não possam mais ser revertidos.

 

Marcelo Camargo Agência Brasil

Valor da floresta em pé

A instituição destaca que o desmatamento coloca em risco o valor da floresta em pé no Brasil, estimado em mais de 317 bilhões de dólares por ano. Esse valor inclui a exploração de serviços como turismo e produção de produtos não madeireiros, além do armazenamento de carbono. Segundo o estudo, os serviços ecossistêmicos da floresta tropical brasileira têm um valor estimado de 20 bilhões de dólares anuais para a região da América do Sul.

Desenvolvimento sustentável e combate à pobreza

O relatório defende que o aumento da renda da população da Amazônia Legal tem relação direta com maior proteção da floresta, modos de vida tradicionais e redução do desmatamento. Para isso, é necessário fomentar um maior crescimento da produtividade, tanto no Brasil quanto nos estados amazônicos, e promover uma transformação estrutural na economia da região.

Créditos rurais e intensificação agrícola

O texto critica as políticas de crédito rural por promoverem a agricultura de forma ineficiente e sugere a adoção de regras para reduzir o impacto direto do crédito rural no desmatamento. O Banco Mundial defende que o governo deve apoiar agricultores menores e mais produtivos e revisar subsídios e incentivos a programas de empréstimos para grandes propriedades agrícolas.

Correção de distorções no mercado fundiário

O banco ressalta a necessidade de corrigir distorções no mercado fundiário, reduzir a insegurança fundiária e garantir a preservação das áreas protegidas ou territórios indígenas. Além disso, sugere a destinação das terras que aguardam designação para evitar o aumento do desmatamento vinculado à grilagem de terras.

Redução dos custos de transporte

O relatório defende a redução dos custos de transporte, especialmente com a diminuição na construção de estradas e ampliação das hidrovias, por serem um meio de transporte eficaz e relativamente econômico.

Atenção aos povos tradicionais

O documento enfatiza a necessidade de maior atenção aos povos tradicionais, como os quilombolas e os indígenas, e sugere a elaboração de mecanismos

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