Lula participa de evento na Rússia ao lado de aliados de Putin
Presidente brasileiro se une a líderes de regimes autoritários em comemoração pelos 80 anos do Dia da Vitória em Moscou
Por Plox
10/05/2025 07h14 - Atualizado há cerca de 21 horas
Em Moscou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (9) da cerimônia pelos 80 anos do Dia da Vitória, data que marca a derrota da Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial. Convidado pelo presidente russo Vladimir Putin, Lula esteve ao lado de outros 28 chefes de Estado, incluindo diversos líderes de regimes autoritários e governantes próximos do Kremlin.

Entre os presentes, estavam nomes como Xi Jinping, da China; Nicolás Maduro, da Venezuela; e Miguel Díaz-Canel, de Cuba. Também participaram governantes de países africanos, do Sudeste Asiático e da Ásia Central, conhecidos por manterem regimes autoritários.
Ainda que o evento tenha contado com a presença de algumas autoridades de países considerados democráticos, como os primeiros-ministros da Sérvia, Aleksandar Vucic, e da Eslováquia, Robert Fico, todos esses líderes têm em comum uma postura diplomática favorável à Rússia, especialmente nos conflitos com o Ocidente, como a guerra na Ucrânia.
Convites também foram estendidos a países do Ocidente, como Coreia do Sul, mas todos recusaram. Em contrapartida, muitas dessas nações preferiram marcar presença na comemoração promovida pela União Europeia, realizada um dia antes e com a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Desde o início de seu atual mandato, Lula tem buscado se posicionar como uma voz ativa em negociações de paz, inclusive propondo uma iniciativa junto à China para mediar a guerra na Ucrânia. No entanto, a tentativa de formar um grupo de países neutros para liderar negociações acabou sem resultados concretos.
Durante esse período, o presidente brasileiro manteve aproximação com Vladimir Putin e com outros representantes do chamado 'Sul Global'. Em declarações anteriores, chegou a afirmar que Putin seria bem-vindo ao Brasil, mesmo diante da ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional, que o país é juridicamente obrigado a cumprir por ser signatário do Estatuto de Roma.
Lula tem dado destaque à atuação dentro do Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, que busca reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais internacionais e romper com a hegemonia econômica ocidental.
Por outro lado, a relação com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sempre foi distante. Desde uma breve reunião em setembro de 2023, não houve avanços nos diálogos entre os dois líderes, que seguem sem estabelecer canais mais diretos de comunicação.
\"Putin seria bem-vindo ao Brasil, mesmo com ordem de prisão internacional\", afirmou Lula em declaração anterior sobre o presidente russo