Procedimento para separar gêmeas siamesas começa em hospital de Goiás

Kiraz e Aruana, de 1 ano e meio, compartilham órgãos e uma terceira perna; cirurgia mobiliza 50 profissionais e é custeada pelo SUS

Por Plox

10/05/2025 10h30 - Atualizado há 4 dias

A manhã deste sábado (10) marcou o início de um procedimento raro e de altíssima complexidade no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia: a cirurgia de separação das gêmeas siamesas Kiraz e Aruana.


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Com apenas 1 ano e seis meses, as irmãs nasceram unidas pelo tórax e abdômen, compartilhando estruturas e órgãos essenciais como fígado, intestino, genitália e até ossos da bacia. Um detalhe que torna o caso ainda mais delicado é a presença de uma terceira perna, condição que exige cuidados e estratégias cirúrgicas especiais.


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Naturais de Igaraçu do Tietê, no interior de São Paulo, as gêmeas são acompanhadas desde os seis meses de idade pelo cirurgião Dr. Zacharias Calil. Referência nacional no procedimento de separação de siameses, o médico lidera uma equipe composta por cerca de 50 profissionais dedicados exclusivamente ao sucesso da operação.


A cirurgia, totalmente custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é considerada uma das mais difíceis já realizadas no Hecad, devido à complexidade anatômica e à quantidade de órgãos compartilhados entre as crianças.



Para possibilitar a separação, as meninas passaram por uma etapa preparatória em outubro de 2024, quando foram submetidas à implantação de expansores cutâneos. Esse procedimento teve como objetivo aumentar a quantidade de pele disponível para o fechamento das áreas expostas após a separação dos corpos.


Com o apoio do SUS e a dedicação da equipe médica, a cirurgia representa um momento decisivo na vida de Kiraz e Aruana, trazendo esperança para a família e reforçando a importância do sistema público de saúde na realização de procedimentos de alta complexidade.



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