PT processa Zema por dano moral após fala sobre aposentados

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, está sendo alvo de uma ação por danos morais movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A sigla protocolou a denúncia na última quinta-feira (8), no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), alegando que Zema teria feito acusações infundadas e ofensivas por meio de suas redes sociais.

Foto: IMPRENSA

Durante o feriado do Dia do Trabalhador, Zema publicou um vídeo em suas contas no Instagram e no X (antigo Twitter) acompanhado de uma legenda polêmica: “1º de maio de luto pelos aposentados roubados pelo PT”. A declaração gerou forte reação por parte do partido, que classificou a fala como grave e irresponsável.

Segundo o PT, o governador do Novo teria vinculado o partido diretamente a fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o que teria causado prejuízos a aposentados e pensionistas. A legenda da publicação foi apontada como a principal motivadora do processo judicial, uma vez que, conforme a acusação, Zema não apresentou nenhuma prova concreta que justificasse a acusação.

“A acusação de ‘roubo dos aposentados’, além de grave, irresponsável e indigna, é totalmente desacompanhada de qualquer elemento que possa corroborá-la, além de ignorar (ou deturpar) o que dizem os órgãos de investigação competentes ou até mesmo a imprensa brasileira”

O partido afirma ainda que os indícios levantados até o momento sobre o caso dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões surgiram apenas a partir de 2019, já durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), não aponta qualquer envolvimento direto da legenda nas fraudes investigadas.

Como forma de reparação, o PT está pedindo uma indenização de R$ 30 mil, argumentando que a conduta de Zema extrapola os limites da liberdade de expressão e se enquadra como disseminação de desinformação ofensiva. A ação segue agora para apreciação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

O caso reacende os embates entre o governador mineiro e o partido do presidente Lula, em um contexto político nacional já marcado por polarizações intensas.