Filha de metroviário em BH escreve carta comovente ao Presidente Lula
Na carta, a criança revela a decepção de seu pai diante da ausência de mudanças prometidas pelo presidente durante sua campanha eleitoral de 2022.
Por Plox
10/06/2023 07h05 - Atualizado há mais de 1 ano
Uma jovem de 11 anos, identificada como Natália, residente em Belo Horizonte, dirigiu-se ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, através de uma carta emocionada. Ela expressa a preocupação com o futuro de seu pai, um trabalhador metroviário, diante do processo de privatização do metrô da cidade, uma questão que tem afetado muitos trabalhadores. Na carta, a criança revela a decepção de seu pai diante da ausência de mudanças prometidas pelo presidente durante sua campanha eleitoral de 2022.
Desapontamento Com Promessas Políticas Não Cumpridas
Na carta, Natália relembra o dia da eleição presidencial em outubro de 2022. Ela descreve o pai emocionado com a vitória de Lula, na esperança de que a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) seria interrompida. No entanto, seis meses após a posse do novo governo, a privatização não foi suspensa, o que resultou em tristeza e decepção para muitos trabalhadores, incluindo o pai de Natália.
Um Apelo ao Presidente
A menina expressa preocupação com a mudança no comportamento do pai, que se tornou mais pensativo e silencioso por causa da tensão em torno da privatização. Na carta, ela implora ao presidente para intervir e prevenir a perda de empregos, concluindo com um pedido para que Lula seja abençoado e tocado para "salvar os empregos de todos os metroviários do metrô de Belo Horizonte".
Ação dos Trabalhadores Metroviários
Desde o fim da greve dos metroviários, os trabalhadores têm pressionado o presidente para tomar medidas a fim de garantir a continuidade dos empregos dos servidores públicos. Alguns deles viajaram a Brasília em fevereiro para solicitar uma reunião com o presidente para discutir a manutenção de seus empregos.
Repercussão nas Redes Sociais
A carta da menina, compartilhada nas redes sociais pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro), gerou uma onda de comentários de trabalhadores. Alguns compartilharam o impacto psicológico da situação, relatando dificuldades para dormir e comer. Outros se resignaram ao fato de que a privatização é um processo irreversível e criticaram o envolvimento de políticos na questão.
O Processo de Privatização do Metrô
O leilão de concessão do metrô de Belo Horizonte foi vencido pelo Grupo Comporte com um lance único de R$ 25,75 milhões em dezembro de 2022. O contrato foi assinado em 23 de março do ano seguinte. O Grupo, que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismo, comprometeu-se a revitalizar a Linha 1 do metrô e a criar a Linha 2 no prazo de 30 anos. Para concretizar estas melhorias, está previsto um investimento de R$ 3,7 bilhões.
Investimentos Públicos e Privados
A maior parte do investimento virá dos cofres públicos, com R$ 2,8 bilhões a serem fornecidos pelo governo federal e R$ 440 mil pelo governo estadual. O restante do financiamento será de responsabilidade da empresa vencedora do leilão.
A carta de Natália, uma menina de 11 anos, evidencia a incerteza e a preocupação que envolvem a vida dos trabalhadores metroviários de Belo Horizonte, colocando um rosto humano nas questões políticas e econômicas que afetam muitas pessoas em sua cidade. Apesar de seus apelos, até o momento desta publicação, o Governo Federal não havia se pronunciado sobre a carta.