Uso de cannabis cresce entre idosos e acende alerta para riscos à saúde
Com aumento expressivo do consumo por maiores de 60 anos, médicos alertam para problemas cognitivos, cardiovasculares e quedas
Por Plox
10/06/2025 14h28 - Atualizado há 3 dias
O consumo de cannabis por pessoas com mais de 60 anos está em franca expansão, especialmente em locais onde a legalização da substância avançou. No entanto, essa tendência vem acompanhada de alertas preocupantes por parte de especialistas em saúde.

De acordo com a publicação da Medscape, muitos idosos estão recorrendo ao uso da cannabis para tratar problemas como insônia e dores crônicas. Contudo, o uso sem acompanhamento médico pode trazer sérios riscos. Um caso citado envolve uma mulher de 76 anos que ingeriu quatro balas de cannabis em poucas horas para conseguir dormir, o que demonstra como a intoxicação pode ocorrer com facilidade na terceira idade.
Pesquisas recentes mostram que o aumento do consumo é mais acentuado entre idosos com maior poder aquisitivo. Mesmo assim, a escassez de informações confiáveis sobre dosagem e efeitos colaterais representa um desafio significativo. O geriatra Benjamin Han destaca a vulnerabilidade dessa faixa etária a intoxicações e complicações médicas.
Entre os principais riscos associados ao uso de cannabis por idosos estão problemas cardiovasculares, como aumento da pressão arterial, risco de derrame, arritmias e sedação. Além disso, há registro de prejuízos cognitivos, como confusão e perda de memória, o que eleva o risco de quedas. A interação com medicamentos de uso contínuo também pode intensificar efeitos adversos.
Apesar dos riscos, muitos usuários relatam benefícios como melhora no sono, alívio de dores crônicas e redução da ansiedade. No entanto, a maioria dessas percepções vem de estudos observacionais, o que levanta dúvidas sobre sua validade científica.
Especialistas recomendam iniciar o uso com doses pequenas, aumentando gradualmente, sempre com supervisão médica. A orientação inclui ainda o uso de produtos regulamentados e a atenção a possíveis efeitos colaterais, como tonturas e confusão mental.
Diante da crescente adesão à cannabis por idosos, médicos reforçam a importância do acompanhamento clínico e do acesso à informação segura para garantir bem-estar e evitar complicações.