Auditoria revela mais de 1 milhão de benefícios com suspeitas no INSS
Relatório do TCU aponta pagamentos indevidos a mortos, CPFs inválidos e acúmulos irregulares; prazo de 180 dias é dado ao INSS para resolver falhas
Por Plox
10/07/2025 07h52 - Atualizado há 2 dias
Um levantamento recente do Tribunal de Contas da União (TCU) trouxe à tona uma série de inconsistências graves na folha de pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O relatório, divulgado nesta quarta-feira (9), apontou exatamente 1.087.529 benefícios pagos em dezembro de 2023 que apresentam indícios de irregularidades.

Entre as falhas identificadas, destacam-se 22.907 situações de acúmulo indevido de benefícios, o que representa um número expressivo de possíveis erros na concessão. Outros pontos preocupantes incluem cerca de 12 mil pagamentos feitos a titulares cujo CPF consta como cancelado ou nulo, além de 3.902 benefícios direcionados a pessoas com registros de possível morte. Também foram encontradas 763 pensões por morte com valores superiores ao teto legal.
Esses dados foram apresentados pelo ministro Bruno Dantas, que determinou um prazo de 180 dias para que o INSS adote medidas corretivas e estratégias de mitigação de risco. O órgão deverá ainda realizar uma análise de custo-benefício para decidir sobre a reavaliação individual dos benefícios que apresentaram indícios de fraude ou erro.
Segundo o TCU, os problemas decorrem principalmente da desatualização da matriz de acumulação de benefícios, falhas na integração entre sistemas e dificuldades na identificação de beneficiários enquadrados em regras especiais. Essas deficiências estruturais comprometeram a eficácia dos controles internos do INSS e permitiram a manutenção de pagamentos irregulares.
\"A ausência de atualização das regras e a fragmentação dos sistemas de informação contribuem diretamente para esses erros\", explicou o relatório da Corte de Contas
.
As irregularidades foram identificadas em todo o território nacional, afetando diversas modalidades de pagamento. Apesar do número expressivo de casos, o valor total estimado dos pagamentos indevidos ainda não foi divulgado oficialmente pelo TCU.
A auditoria levanta preocupações sobre a robustez do sistema previdenciário brasileiro e pressiona o INSS a agir rapidamente para corrigir as distorções apontadas, de modo a garantir a integridade da distribuição dos recursos públicos.