Críticas crescem contra escolas cívico-militares em Minas

Presidente da CNTE aponta ilegalidades e prejuízos no projeto proposto pelo governo Zema

Por Plox

10/07/2025 08h26 - Atualizado há 6 dias

O debate sobre a proposta de expansão das escolas cívico-militares em Minas Gerais ganhou um novo capítulo com as declarações do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo. Ele usou as redes sociais para criticar duramente o modelo defendido pelo governo estadual, liderado por Romeu Zema, e classificou a iniciativa como inconstitucional e prejudicial à comunidade escolar.



A proposta do Executivo mineiro envolve uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG), com o objetivo de, segundo o governo, fortalecer a educação pública estadual. No entanto, Araújo considera o modelo uma tentativa de militarizar o ambiente escolar, o que, segundo ele, contraria os princípios da Constituição Federal.


“Transformar escola pública em escola militarizada não tem respaldo legal”, afirmou Araújo. Para ele, a medida desrespeita a comunidade escolar e pode gerar consequências negativas não apenas para os mineiros, mas também para o restante do país.
“Não queremos estudantes preparados para matar, para destruir, para fazer guerra. Queremos nossos alunos preparados para exercer a cidadania, a democracia, a liberdade”

, enfatizou.


Em nota oficial, a SEE/MG argumentou que o objetivo do programa é integrar valores cívicos, éticos e disciplinares no cotidiano escolar, promovendo a formação integral dos alunos e criando um ambiente educacional mais seguro, organizado e acolhedor.


Ainda assim, o projeto enfrenta resistência por parte dos professores da rede estadual. Eles criticam a forma como a expansão está sendo conduzida, especialmente em relação ao memorando enviado em 30 de junho para mais de 700 escolas de Minas. O documento estipula um prazo até 18 de julho para que as instituições decidam se desejam aderir ao modelo cívico-militar, o que foi considerado pelos educadores como uma iniciativa apressada e sem a devida transparência.



Diante da repercussão, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) marcou uma audiência pública para esta quinta-feira, 10 de julho, com o objetivo de debater a proposta e ouvir as demandas da comunidade escolar. A expectativa é que o encontro aprofunde o diálogo sobre os impactos da implementação do modelo e possibilite um posicionamento mais claro das autoridades sobre o tema.


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