Deputados mineiros travam embate sobre tarifas impostas por Trump

Parlamentares se enfrentam na ALMG ao discutir os impactos econômicos da decisão dos EUA e trocam acusações entre Lula e Bolsonaro

Por Plox

10/07/2025 12h44 - Atualizado há 1 dia

Durante a sessão desta quinta-feira (10) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o anúncio do presidente norte-americano Donald Trump sobre o aumento de tarifas para produtos brasileiros provocou um intenso embate entre deputados estaduais mineiros.


Imagem Foto: ALMG


O clima esquentou no plenário com parlamentares trocando acusações. De um lado, deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apontaram o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva como o grande responsável pela decisão dos Estados Unidos. Do outro, representantes da esquerda, próximos ao governo petista, culparam Bolsonaro pelos atritos com o país norte-americano.



Entre os mais enfáticos, o deputado Leleco Pimentel (PT) acusou o colega Bruno Engler (PL) de ser conivente com o imperialismo norte-americano. Ele mencionou um episódio em que Engler teria usado um boné em apoio a Trump dentro do plenário.
“O senhor veio com boné aqui no plenário, de puxa saco do presidente dos Estados Unidos, é responsável pela taxação que ele quer impor ao Brasil. Vai lá bater palma, como faz aqueles que estão de joelhos para o imperialismo norte-americano”

, declarou. Leleco ainda criticou a relação de Bolsonaro com Trump e culpou os aliados do ex-presidente pelo aumento das tarifas.Engler respondeu acusando Lula e o ministro Alexandre de Moraes de provocarem retaliações americanas com atitudes que ele considerou autoritárias.
“O culpado por essa tarifa tem nome e sobrenome: Luiz Inácio Lula da Silva. Ele, junto com o ministro Alexandre de Moraes, são os responsáveis”

, afirmou. O deputado também acusou o atual governo de manter alianças com regimes autoritários e de perseguir empresas norte-americanas.

Outro parlamentar bolsonarista, Sargento Rodrigues (PL), reforçou a crítica à diplomacia brasileira, atribuindo o aumento tarifário à suposta inabilidade do presidente Lula em manter boas relações internacionais. Segundo ele, o conteúdo das falas de Lula e da primeira-dama Janja colaborou para a reação dos EUA.



Por outro lado, a deputada Lohanna (PV) demonstrou preocupação com o impacto direto da medida na economia de Minas Gerais. Ela alertou para as consequências negativas da nova tarifa, destacando que o estado pode ser duramente afetado, especialmente por conta das exportações do agronegócio.
“Vamos viver um momento dramático no país, mas especialmente em Minas Gerais nos próximos meses, se o irresponsável que venceu e ocupa a presidência dos EUA não recuar nessa tarifa colocada”

, disse.

Lohanna também criticou o governador Romeu Zema por tentar politizar o tema e minimizar os riscos econômicos. A deputada alertou que a medida pode inviabilizar os bons números registrados anteriormente nas exportações mineiras, principalmente em relação ao café.



Ela ainda destacou que os efeitos das tarifas podem atingir também o consumidor norte-americano. “Vai ficar ruim para a gente, mas vai ficar ruim para eles também. O café na mesa do americano vai ficar mais caro. E não tem país no mundo que vende café na quantidade do Brasil”, afirmou. A deputada concluiu dizendo que Trump, diante das consequências internas, poderá rever sua decisão.


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