Governo Lula culpa Bolsonaro por crise diplomática com os EUA

Apesar de uma série de episódios marcados por controvérsias diplomáticas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem insistido em atribuir ao ex-presidente Jair Bolsonaro a responsabilidade pelas crescentes tensões entre o Brasil e os Estados Unidos.

Foto: Agência Brasil

Entre os diversos gestos que causaram repercussão internacional, Lula chegou a comparar publicamente o ex-presidente americano Donald Trump ao nazismo. Em outro episódio polêmico, o Brasil, sob sua gestão, recebeu navios de guerra do Irã no porto do Rio de Janeiro. O país asiático é considerado patrocinador do terrorismo por diversas nações ocidentais. Além disso, o vice-presidente Geraldo Alckmin representou o Brasil na posse do novo presidente iraniano, Ebrahim Raisi, evento marcado pela presença de líderes ligados a grupos radicais.

Enquanto isso, a condução interna da diplomacia brasileira também sofreu críticas. Lula manteve o posto de embaixador do Brasil em Washington vago durante um período de crescente tensão com o governo norte-americano. Paralelamente, o ministro Alexandre de Moraes, nomeado durante um mandato petista anterior, tomou medidas judiciais contra grandes empresas de tecnologia, como Google, Meta e a rede social X (ex-Twitter). A suspensão temporária da rede e as decisões sigilosas inflamaram ainda mais os atritos com os EUA.

Em outro ponto delicado, a primeira-dama Janja Lula da Silva protagonizou ataques diretos contra o empresário Elon Musk, dono da rede X, em publicações nas redes sociais. As críticas públicas intensificaram o mal-estar entre Brasília e o setor privado americano.

A política externa do atual governo também foi marcada por elogios a figuras condenadas por corrupção na América Latina, como a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner. O governo brasileiro também utilizou um avião da Força Aérea para trazer ao país a ex-primeira-dama do Peru, Eliane Karp, condenada judicialmente.

Durante o confronto entre Israel e o Hamas, Lula voltou a causar controvérsia ao comparar o governo israelense ao regime nazista de Adolf Hitler, ignorando o fato de que o Hamas é reconhecido internacionalmente como uma organização terrorista.

“É tudo culpa dele”, afirmam membros do governo ao atribuir as tarifas e sanções anunciadas por Trump a decisões do governo Bolsonaro.

Mesmo com esse cenário, a narrativa adotada pelo governo federal e por aliados do PT tenta colocar o ex-presidente como principal responsável pela atual crise diplomática. Essa retórica vem sendo reforçada em pronunciamentos públicos e, segundo fontes, tende a se intensificar por meio de campanhas de comunicação articuladas por setores governistas.