Padrasto é condenado a mais de 37 anos por homicídio de enteado de 8 anos em Inhapim

A Justiça de Minas Gerais determinou a condenação de um homem acusado de envolvimento direto na morte do próprio enteado, um menino de apenas oito anos, em um caso que chocou a cidade de Inhapim, no Vale do Rio Doce.

Foto: Divulgação

O crime, segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ocorreu em dezembro de 2023, quando o réu, de maneira dolosa e com total negligência, entregou uma arma de fogo carregada à enteada de 13 anos. Sem qualquer preparo ou conhecimento sobre o manuseio do armamento, a adolescente acabou disparando acidentalmente, atingindo o irmão mais novo, que morreu em decorrência do ferimento.

A gravidade da situação foi destacada pela promotoria, que ressaltou o desprezo do homem pela vida humana e a violação de seu dever de cuidado enquanto figura responsável pelas crianças. A prisão preventiva foi decretada e cumprida no dia 31 de dezembro do mesmo ano, e desde então o réu permaneceu preso.

Durante o julgamento, o Conselho de Sentença acatou integralmente a argumentação do Ministério Público. A pena imposta foi de 36 anos de reclusão, acrescida de um ano e seis meses de detenção, somando mais de 37 anos em regime fechado, com cumprimento imediato.

A Justiça reconheceu três qualificadoras no homicídio: uso de meio que pode causar perigo comum, dificuldade na defesa da vítima e o fato do crime ter sido cometido por padrasto contra menor de 14 anos. Além disso, o condenado também foi responsabilizado por posse ilegal de arma de fogo, embriaguez ao volante e corrupção de menores.

"A conduta do réu demonstrou absoluto desprezo pela vida humana", afirmou o Ministério Público de Minas Gerais

O caso, que envolve uma combinação de imprudência, violência doméstica e crime com arma de fogo, causou forte comoção na região e levanta alertas sobre o acesso de menores a armamentos e a responsabilidade dos adultos em ambientes familiares.