Rio terá 20 mil câmeras e pórticos de vigilância para monitorar entradas e saídas da cidade
Sistema Civitas será ampliado com reconhecimento facial, rastreamento de veículos e assistente virtual; novos pórticos vão cercar digitalmente os acessos ao município
Por Plox
10/07/2025 16h37 - Atualizado há 2 dias
O monitoramento urbano no Rio de Janeiro passará por uma ampla transformação nos próximos anos. A Prefeitura anunciou a ampliação do Civitas — Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Apoio à Segurança Pública — com a instalação de pórticos e a multiplicação do número de câmeras espalhadas pela cidade.

Atualmente com 5,5 mil câmeras em operação, o Civitas deverá alcançar 20 mil equipamentos até 2028. A primeira etapa da expansão prevê a instalação de 3,8 mil novas unidades até o carnaval do ano que vem. Esses dispositivos serão posicionados estrategicamente para eliminar os chamados “pontos cegos” nas vias mais movimentadas.
Além da vigilância em tempo real, as novas câmeras contarão com tecnologias avançadas como leitura automática de placas, detecção de veículos, bicicletas e pedestres, reconhecimento facial e contagem de fluxo de carros. A intenção é ampliar a capacidade de resposta das autoridades em situações de emergência e apoio a investigações.
Uma das principais novidades será o “cercamento digital” do município. A cidade passará a ter 56 pórticos distribuídos pelas suas entradas e saídas, capazes de registrar todos os veículos que trafegam pela região. De acordo com o prefeito Eduardo Paes, o objetivo é garantir que nenhum carro ou caminhão entre ou saia do Rio sem ser monitorado.
A estrutura permitirá também a identificação de veículos roubados e o rastreamento de possíveis rotas de fuga utilizadas por criminosos. O modelo matemático utilizado pelo Civitas ajuda a identificar padrões ocultos, permitindo uma atuação preventiva mais eficiente.
O sistema também receberá o apoio de uma assistente virtual batizada de Íris, desenvolvida para agilizar a análise de dados e gerar mapas em tempo real sobre a criminalidade na cidade. Íris será responsável por cruzar informações, detectar comportamentos suspeitos e contribuir com a construção de um banco de dados de reconhecimento facial.
Outro destaque do Civitas é o suporte prestado aos órgãos de segurança. Ao longo de um ano, a central realizou mais de 2 mil colaborações com diferentes entidades, sendo que 85% dos pedidos vieram de agências de inteligência e investigação. Entre os casos atendidos, 220 estavam relacionados a homicídios.
Atualmente, o sistema realiza a leitura de 6,1 milhões de placas de veículos por dia, utilizando essas informações como base para investigações e suporte às ações do Disque Denúncia. A estrutura do Civitas opera em conjunto com o Centro de Operações Rio (COR), fortalecendo a integração entre os órgãos públicos.
O investimento anual no projeto gira em torno de R$ 180 milhões, financiado através de um aditivo na parceria público-privada firmada com a empresa Smart Luz. A expectativa é de que a ampliação da tecnologia represente um salto na forma como a cidade do Rio de Janeiro atua em sua segurança pública.