Tarcísio responsabiliza Lula por nova tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros

Governador afirma que alinhamento do governo federal a regimes autoritários provocou reação de Trump; Lula rebate com nota oficial

Por Plox

10/07/2025 10h16 - Atualizado há 1 dia

Uma nova crise diplomática se formou entre Brasil e Estados Unidos após o anúncio do ex-presidente norte-americano Donald Trump sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o responsável pelo agravamento da situação.


Imagem Foto: Redes sociais


Em publicação nas redes sociais, Tarcísio declarou que a atual gestão federal priorizou ideologia em detrimento da economia, o que, segundo ele, culminou na retaliação americana. “A responsabilidade é de quem governa”, escreveu o governador. “Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás de Bolsonaro”, completou.



A medida adotada por Trump também atingiu outros nove países, mas o Brasil recebeu a maior taxação entre eles. Segundo Tarcísio, essa decisão teria sido motivada pelo alinhamento diplomático do governo Lula com regimes autoritários e pela defesa de ações contrárias à liberdade de expressão. Cotado como possível adversário de Lula nas eleições presidenciais de 2026, o governador paulista reforçou que o governo atual não pode atribuir a culpa ao seu antecessor.



Em resposta, o presidente Lula divulgou uma nota oficial através do Palácio do Planalto, em que rebate as acusações e classifica a medida de Trump como unilateral. O texto afirma que o Brasil é uma nação soberana, com instituições independentes, e que não aceitará tutelas externas.
“O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, declarou Lula.

A nota também destaca que os processos judiciais relacionados à tentativa de golpe de Estado cabem exclusivamente à Justiça brasileira e não devem sofrer interferências. Sobre a atuação das plataformas digitais no país, o presidente reforçou que o combate a discursos de ódio, racismo, pornografia infantil e outros crimes é uma prioridade, e que a liberdade de expressão não deve ser confundida com agressão ou violência.


Por fim, Lula rebateu a alegação americana de déficit comercial, mencionando dados do próprio governo dos EUA que indicam um superávit de 410 bilhões de dólares em favor dos norte-americanos nas trocas comerciais com o Brasil ao longo dos últimos 15 anos. O presidente concluiu afirmando que qualquer medida tarifária imposta unilateralmente será enfrentada conforme determina a Lei de Reciprocidade Econômica.



O episódio intensifica o embate político entre governo e oposição, enquanto a tensão comercial entre as duas nações promete novos desdobramentos nos próximos dias.


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