Tutores alérgicos podem conviver com cães com cuidados simples, diz associação
Com medidas no ambiente e rotina adaptada, é possível manter a convivência com pets mesmo com alergia, segundo entidades médicas
Por Plox
10/07/2025 07h28 - Atualizado há 1 dia
Contrariando o senso comum, a alergia a cães não é causada pelos pelos dos animais, mas por proteínas presentes na urina, saliva e descamação da pele. Essas substâncias, conhecidas como alérgenos, se espalham facilmente pelos ambientes e se acumulam em tecidos como roupas, cortinas e sofás.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 15% da população do país possui algum tipo de alergia a animais de estimação. Apesar disso, muitas pessoas que sofrem com essa condição optam por adaptar a casa e os hábitos diários para continuarem convivendo com seus pets.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), raramente é necessário afastar o animal da família. Com o uso de medicamentos indicados por profissionais e mudanças no ambiente, é possível controlar os sintomas sem abrir mão da companhia do cão.
Para reduzir os efeitos da alergia, algumas medidas podem ser adotadas no dia a dia:
- Limitar o acesso do animal ao quarto do tutor alérgico, conforme recomendação da American Academy of Allergy, Asthma & Immunology (AAAAI);
- Limpeza frequente da casa, utilizando aspiradores com filtro HEPA;
- Banhos regulares no cão, sempre com orientação veterinária;
- Trocar carpetes e tapetes por pisos frios;
- Lavar com frequência roupas de cama e cortinas, preferencialmente em água quente;
- Manter os ambientes bem ventilados e, se possível, usar purificadores de ar com filtro HEPA.
A ASBAI ressalta que o acompanhamento com um alergista é fundamental. Através dele é possível avaliar o nível de sensibilidade do tutor e adotar estratégias personalizadas, que podem incluir imunoterapia ou medicação específica.
Ainda que não existam raças completamente hipoalergênicas, alguns cães tendem a causar menos reações em pessoas sensíveis. Poodles, bichon frisé, maltês e schnauzers são algumas das raças mais indicadas por especialistas por soltarem menos pelos ou produzirem menos alérgenos.
O Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo (USP) reforça, em uma cartilha educativa, que mais importante que a raça é a rotina de cuidados com o pet e com a limpeza do ambiente. Frequência de banhos, escovação e manutenção da higiene do lar são os principais aliados dos tutores alérgicos na hora de garantir uma convivência saudável e segura com seus animais de estimação.