Comandante da Marinha diz que data do desfile de blindados já estava marcada

O desfile de veículos blindados da Marinha em frente ao Congresso e ao Palácio do Planalto em Brasília já estava com a data marcada. Esta é a afirmação do almirante Garnier.

O comandante afirma que o fato do desfile ocorrer nesta terça-feira (10), no mesmo dia em que a Casa Legislativa prevê decidir sobre a proposta do voto auditável foi apenas uma “coincidência de datas“.

Ele lembrou que foi a Câmara de Deputados que escolheu a data para a votação no mesmo dia do desfile. “Foi uma coincidência de datas, que nós não tínhamos como prever. Na verdade, o Congresso marcou na data que a gente já tinha programado uma votação pra hoje. Então talvez isso é que tenha criado  um pouco de ruído, né? Porque, no final das contas, a gente, as Forças Armadas são extremamente cumpridoras da lei e da ordem", disse o comandante.

Ainda segundo o almirante, as pessoas associam a presença de tanques nas ruas com a repressão a manifestações, mas "não é nada disso".

"E não há nenhum motivo para... Quando se fala em tanque na rua, fala-se de outra coisa. Tanque na rua é tanque para...Lembra tanque para conter manifestações...Não é nada disso. Houve uma passagem de um comboio e uma prestação de contas à sociedade, dando visibilidade ao exercício que está sendo conduzido, e tradicionalmente é conduzido", completou Garnier. Mas que, neste caso, “não é nada disso“, declarou.

O comandante assegurou que trata-se apenas de uma passagem de comboio e de uma prestação de contas à sociedade para dar visibilidade ao exercício militar, anteriormente programado.
 

A cerimônia foi para entrega de um convite ao presidente Jair Messias Bolsonaro ( sem Partido), que deverá participar de um exercício militar na cidade de Formosa, no estado de Goiás, no entorno de Brasília.

Voto auditável 

A votação prevista para ser debatida pelos deputados federais na data de hoje aborda a implementação do voto auditável nas eleições com urnas eletrônicas no Brasil.

Ainda dentro da dicotomia vivida pelo país entre os chamados grupos de esquerda e direita, esse assunto também se polarizou. Passou a ser tratado de forma apaixonada entre aqueles ligados ao presidente Bolsonaro, que defendem a implementação de uma auditoria para conferência dos votos e os ligados aos grupos  de esquerda, que passaram a defender que não há nenhuma possibilidade de fraude na urnas eletrônicas e que, portanto, defendem que nenhuma medida seja implementada.

Após a proposta da implementação do voto auditável ser derrotada em uma comissão especial da Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), decidiu colocá-la em votação nesta terça-feira,  para que o plenário decida o assunto.