CBDA anuncia alterações nas seletivas olímpicas para Paris-2024 na natação

Em uma reviravolta notável nas regras de seleção para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) anunciou na última quarta-feira (9) que está flexibilizando seus critérios de classificação. Esta mudança permitirá que atletas que alcançarem o índice olímpico exigido internacionalmente em competições fora da seletiva olímpica brasileira sejam convocados.

Esta medida contrasta com o modelo adotado pela CBDA após a Rio-2016, que seguia um sistema de seletiva única, prática comum nos países mais bem classificados na natação mundial. Até então, mesmo que a World Aquatics aceitasse índices de diversos torneios, o Brasil se limitava a convocar nadadores que alcançassem o tempo mínimo na final da seletiva.

A decisão de mudar esta prática vem em resposta a reclamações durante a seletiva para os Jogos de Tóquio, realizada na piscina aberta do Maria Lenk. Nadadores como Brandonn Almeida, Felipe França e João Luiz Gomes Jr manifestaram insatisfação com as condições climáticas adversas que, segundo eles, dificultaram a obtenção de índices. Eles chegaram a solicitar uma segunda seletiva, mas seus pedidos foram negados.

Impacto na Delegação Brasileira:

Esta nova diretriz, além de refletir a situação desfavorável da natação brasileira, que teve desempenhos abaixo do esperado no Mundial, busca ampliar as chances de ocupar vagas remanescentes na delegação. Quando o Brasil não tiver dois classificados pela seletiva, outros atletas podem ser convocados com base em resultados prévios.

A tomada de índice agora se aplica a várias competições, incluindo as semifinais e finais do Mundial de Fukuoka, da Universíade, do Mundial Júnior, e as finais de outros campeonatos importantes como o Troféu José Finkel e os Jogos Pan-Americanos.

O impacto desta mudança pode ser significativo para a delegação brasileira, uma vez que o critério anterior da seletiva única poderia resultar em uma equipe reduzida em Paris. Os resultados recentes em competições como o Mundial e a Universíade indicaram esse risco.

Além disso, os critérios de seleção para os revezamentos também foram abordados, com a necessidade de estar entre os 16 melhores tempos em eventos futuros. Os revezamentos 4x100m livre masculino e os dois 4x200m livre têm grandes chances de classificação. Entretanto, a CBDA não detalhou a ordem de prioridade, e nem todos os revezamentos classificados poderão participar em Paris, devido às restrições quanto ao número de atletas extras por revezamento.

A mudança na seleção também afeta nadadores específicos, e a disponibilidade de vagas para revezamentos mais prováveis de se classificar. Mais 12 atletas seriam necessários para que os quatro revezamentos nadassem, mas o Brasil teria apenas oito vagas.

Em resumo, esta alteração nas regras abre novas oportunidades para nadadores brasileiros que buscam classificação para Paris-2024, refletindo a necessidade de expandir as possibilidades de seleção e responder às preocupações dos atletas. A medida é um passo significativo em um esforço contínuo para melhorar a natação brasileira no cenário internacional.